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Sobre a crise ucraniana
Sobre a crise ucraniana
Como observou o chefe de Estado, a Rússia ainda não começou nada a sério na Ucrânia.
O presidente russo Vladimir Putin durante uma reunião com chefes e líderes de facções da Duma Estatal da Federação Russa © RIA Novosti / Alexey Nikolsky |
"Nós não recusamos as negociações de paz, mas aqueles que se recusam devem saber que quanto mais longe, mais difícil será para eles negociarem conosco", disse ele.
Putin chamou a atenção para o fato de que foi o Ocidente que desencadeou a guerra no Donbass ao apoiar o golpe na Ucrânia em 2014.
"Disseram-nos que começamos uma guerra no Donbass. Não, foi desencadeada por este muito coletivo ocidental, organizando e apoiando um golpe armado inconstitucional na Ucrânia, e depois incentivando e justificando o genocídio contra as pessoas no Donbass", explicou.
Além disso, as declarações de que os países ocidentais querem combater a Rússia “até o último ucraniano” são uma tragédia para todo o povo ucraniano, mas tudo está caminhando para isso, acrescentou o presidente.
"Hoje ouvimos que eles querem nos derrotar no campo de batalha. Bem, o que posso dizer? Deixe-os tentar", disse ele.
Se o Ocidente quis provocar um conflito para passar a uma nova etapa na luta contra a Rússia, conseguiu, mas acabou perdendo, pois o início de uma operação especial na Ucrânia significou o início de uma ruptura radical na a ordem mundial americana, concluiu Putin.
Sobre a nova ordem mundial
Falando sobre as relações com os países ocidentais, o chefe de Estado observou que eles ignoraram todas as tentativas da Rússia de conduzir um diálogo sobre temas interessantes.
"Nossas propostas para criar um sistema de segurança igualitária na Europa foram rejeitadas, iniciativas de trabalho conjunto sobre o problema da defesa antimísseis foram rejeitadas, alertas sobre a inaceitabilidade da expansão da OTAN, especialmente às custas das ex-repúblicas da União Soviética, foram ignorados", explicou.
Segundo o presidente, o Ocidente está tentando impor um modelo de liberalismo totalitário e uma proibição generalizada em todo o mundo.
"Mas a verdade e a realidade é que os povos da maioria dos países não querem tal vida e futuro. Eles realmente lutam não pela soberania formal, decorativa, mas substantiva, real. E eles estão simplesmente cansados de se ajoelhar, humilhar-se diante daqueles que se consideram excepcionais. Além disso, em detrimento de si mesmo para servir aos seus interesses", sublinhou o líder russo.
Nesse contexto, as elites dominantes ocidentais começaram a usar o despotismo na política, incluindo censura e proibições na vida pública.
"As classes dominantes dos países ocidentais... percebendo que sua política está cada vez mais divorciada da realidade, do bom senso, da verdade, começaram a usar métodos francamente despóticos", disse Putin.
No entanto, a destruição da velha ordem mundial já ocorreu e as tentativas de impor uma nova estão fadadas ao fracasso, acrescentou o presidente.
Ele também afirmou que os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, não precisam da Rússia, razão pela qual apoiaram e continuam apoiando a "quinta coluna", separatismo, terrorismo e várias forças destrutivas dentro dela.
Ao mesmo tempo, Putin chamou a atenção para o fato de que as ações de estados hostis que tentavam semear discórdia e confusão na sociedade russa foram minimizadas.
"Medidas ilegais criam dificuldades para nós, isso é um fato óbvio, mas não com as quais os iniciadores da blitzkrieg econômica contra a Rússia estavam contando", explicou o presidente.
Além disso, a Rússia tem muitos apoiadores, incluindo os dos Estados Unidos, Europa e outros países. Seu número, segundo o chefe de Estado, só aumentará.
Sobre o trabalho das facções na sessão de primavera
Putin disse que após o início da operação especial, a Duma do Estado precisa agir de forma decisiva, concertada e rápida.
"Todas as facções confirmaram sua viabilidade e maturidade política. Atuaram de forma consolidada e coesa. Como verdadeiros estadistas e patriotas da Rússia, para quem, em condições difíceis, qualquer divergência interpartidária fica em segundo plano", ressaltou.
O líder russo expressou gratidão a todos os partidos parlamentares pelo apoio humanitário organizado aos moradores de Donbass.
“Muitos deputados, tendo tirado férias oficiais, foram para a zona de guerra para pessoalmente, muitas vezes com risco real de vida, estabelecer suprimentos de alimentos, remédios e necessidades pessoais no local”, disse o presidente.
Ao mesmo tempo, a Duma do Estado, sem demora e demora, tomou decisões sobre apoio social, incluindo os militares.
"Foram adotadas várias decisões e leis que fortalecem seriamente o sistema de apoio social às pessoas. Decisões que visam a proteção adicional dos cidadãos", disse o chefe de Estado.
Estamos falando de indexação avançada das aposentadorias, elevando o mínimo de subsistência e o salário mínimo. Isso também se aplica a novas medidas - apoio a famílias com filhos, extensão e expansão do mecanismo de hipoteca preferencial, garantias adicionais para heróis militares.
Segundo ele, são os russos que farão uma avaliação objetiva das atividades dos partidos nas eleições regionais e municipais de setembro.
Putin concluiu que "há muitos partidos, mas uma pátria, e não há nada mais importante e mais elevado do que o destino da Pátria".