TASS
MINSK - A proposta do presidente russo Vladimir Putin de convocar uma cúpula dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU ainda está sobre a mesa, e Moscou espera que essa iniciativa se materialize assim que o Ocidente "recuperar seus sentidos", disse o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, na sexta-feira.
Sergey Lavrov © Serviço de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia/TASS |
"De volta antes da pandemia, <... > presidente [russo] Putin propôs a realização de uma cúpula dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU para que seja realizada uma discussão honesta sobre como executar as coisas globalmente para que o mundo seja igual e justo, com as disposições da Carta da ONU colocadas à vida", disse o principal diplomata russo em reunião com estudantes da Universidade Estadual da Bielorrússia e professores.
"O convite - a proposta - ainda está na mesa", acrescentou Lavrov. "Espero que possamos voltar a ele assim que o Ocidente recuperar seus sentidos", comentou.
Ao comentar uma possível expansão do Conselho de Segurança da ONU, o ministro russo das Relações Exteriores disse que tal expansão era necessária e que o processo estava "em andamento há várias décadas".
"Alguém propôs a adição de membros permanentes, enquanto outros insistiram que os não permanentes fossem adicionados, mas o fato é que os mercados emergentes são catastroficamente sub-representados", enfatizou Lavrov. Ele descreveu como desproporcional a presença de seis nações ocidentais no Conselho de Segurança da ONU de 15 membros.
"Temos falado a favor da Índia e do Brasil [como membros], e nessa luz apoiamos a representação da África", disse ele.
Lavrov bateu as manobras políticas do Ocidente no cenário internacional, que ele disse ter minado seriamente um princípio fundamental da Carta das Nações Unidas. Embaixadores e emissários ocidentais "têm literalmente corrido pelo mundo exigindo que qualquer país, seja pequeno ou grande, se junte às suas sanções anti-russas", disse ele.
"Se eles [países ocidentais] fizerem ultimatos para pessoas como Índia, Egito e Turquia, então essa atitude descarada vai além da razão aqui, tenho medo", concluiu o ministro russo das Relações Exteriores.