Deutsch Welle
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou nesta segunda-feira (13/06) que a ofensiva russa no Donbass começou a perder força e que as tropas ucranianas vão recuperar não só a região como também a península da Crimeia.
"Diga a todos no Donbass que o Exército ucraniano os libertará", prometeu Zelenski | Foto: Ukrainian Presidential Press Office/AP/picture alliance |
"Diga a todos os habitantes da região do Donbass que ainda são forçados a ver bandeiras russas em nossa terra ucraniana. Diga a eles que o Exército ucraniano os libertará", prometeu o presidente.
Em seu habitual discurso noturno em vídeo, ele enfatizou que "é claro que eles também libertarão a Crimeia", acrescentando: "A bandeira ucraniana voará mais uma vez sobre Yalta e Sudak, sobre Dzhankoi e Yevpatoria. E que todos os funcionários russos que apreenderam terras preciosas na Crimeia se lembrem: nesta terra eles não terão paz."
Os militares russos ocuparam a península do Mar Negro em 2014, quando a Ucrânia estava enfraquecida após uma mudança de poder e não conseguiu oferecer resistência. Depois, foi realizado um referendo, que não é internacionalmente reconhecido, e a Crimeia foi anexada à Rússia. Zelenski sempre defendeu o retorno da península a seu país, mas raramente afirmou isso com tanta ênfase como um objetivo de guerra.
Zelenski também frisou que "dúzias de tentativas de ataque do Exército russo já foram frustradas ali mesmo, no sul. E graças à contraofensiva, algumas comunidades da região de Kherson já foram libertadas".
O presidente ucraniano afirmou ainda que "nas batalhas no Donbass, o Exército ucraniano e a inteligência ucraniana continuam a derrotar taticamente os militares russos".
Apelo a Scholz
Em entrevista também nesta segunda-feira ao canal estatal de TV alemão ZDF, Zelenski descartou a realização de negociações de paz com a Rússia até que Moscou "esteja pronta para acabar com a guerra".
"Não temos tempo para conversas que não funcionam", explicou. "Estamos em nosso território. Esta é a nossa cidade", disse ele, antes de acrescentar que "tudo estará perdido se a guerra contra a Rússia for perdida".
O presidente ucraniano pediu que o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, não mantenha "uma equidistância entre a Ucrânia e a Rússia" e pediu "uma postura mais dura" em relação a Moscou, "mesmo que prejudique a economia alemã".
Ele também defendeu a possibilidade de Scholz fazer uma visita oficial à Ucrânia e sublinhou que os Estados Unidos, o Reino Unido, a Eslováquia e a Polônia "foram os primeiros países a dar ajuda", enquanto a França e a Alemanha deram apoio retórico e político, sem inicialmente entregar armas. "No início da guerra não precisávamos de política, precisávamos de ajuda", concluiu Zelenski.