Sputnik
Após a Lituânia promover um bloqueio do trânsito ferroviário de uma série de mercadorias para Kaliningrado, Josep Borrell disse que a UE revisará suas diretrizes de sanções para evitar "bloquear" o tráfego de entrada e saída do exclave.
A declaração do alto funcionário da UE ocorre logo após o Ministério das Relações Exteriores da Rússia ter emitido alertas sobre as consequências das restrições lituanas.
As ações da Lituânia para restringir o trânsito para Kaliningrado, implementadas sob as diretrizes da UE, "visam principalmente evitar a evasão das sanções contra a Rússia impostas pelo conflito em andamento na Ucrânia", explicou Borrell, segundo informações da emissora televisiva RT.
Em seguida, ele disse que será preciso fazer "controles que possam impedir qualquer tipo de evasão de sanções, mas não impedir o trânsito".
Segundo ele, "a Comissão [Europeia] e o Serviço Europeu para a Ação Externa vão revisar as diretrizes para esclarecer que não queremos bloquear ou impedir o tráfego entre a Rússia e Kaliningrado", disse o diplomata em entrevista coletiva nesta quinta-feira (23).
Kaliningrado tem uma população de cerca de um milhão de pessoas e é a base da Frota do Báltico. Moscou se viu na obrigação de reforçar as defesas aérea e de mísseis da região nos últimos anos devido a tensões com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e declarações da aliança de "tomar" a região russa.
No último sábado (18), a companhia estatal ferroviária lituana notificou as empresas ferroviárias de Kaliningrado de que o trânsito de uma série de mercadorias estaria sob as sanções da União Europeia.
Para Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, as ações da Lituânia são como provocações que levarão a reações apropriadas por parte de Moscou. A diplomata russa disse que a Lituânia deve entender a gravidade das consequências da proibição do trânsito ferroviário de mercadorias para a região de Kaliningrado.
"Espero que os representantes da Lituânia ainda tenham algum profissionalismo remanescente na avaliação da situação […] Eles devem entender as consequências — e as consequências, infelizmente, virão", observou Zakharova.