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A posterior adesão da Ucrânia à OTAN e à União Europeia é uma pura formalidade, afirmou na quarta-feira (22) Aleksei Arestovich, um destacado assessor do presidente ucraniano Vladimir Zelensky.
Kiev já faz "de fato" parte da aliança liderada pelos Estados Unidos, que prometeram a Kiev ajudar a vencer no conflito com a Rússia. Mais do que isso, a Ucrânia acabou de se juntar à Iniciativa dos Três Mares (Iniciativa do Báltico, Adriático, Mar Negro ou BABS, na sigla em inglês), considerando esse passo como uma "porta dos fundos" para a União Europeia, disse Arestovich em uma entrevista.
Falando na quarta-feira (22) com Mark Feygin, youtuber e ativista, Arestovich reconheceu que tinha certas dúvidas sobre se a OTAN ou a UE estavam prontas para admitir a Ucrânia, mas ao mesmo tempo disse que isso não importava.
Só ao se tornar candidata à adesão à União Europeia a Ucrânia obtém acesso aos fundos de desenvolvimento da UE, devido aos quais a Polônia construiu sua infraestrutura, defende Arestovich.
"Acabamos de nos tornar o 13º país da Iniciativa dos Três Mares. Trata-se de acesso ao dinheiro, transportes, segurança no mar e infraestrutura. Além disso, 12 dos 13 países da Iniciativa fazem parte da UE. Ou seja, quase a metade dos países da União Europeia. Isso significa que nossa integração com a UE foi muito mais longe do que todos estão avaliando atualmente", disse Arestovich.
O político ucraniano se referia ao anúncio do presidente polonês Andrzej Duda, na terça-feira (21), que o grupo tinha criado um estatuto especial para a Ucrânia – chamado de "parceria participativa". Criada pela Polônia e Croácia em 2016 para abranger a área entre os mares Báltico, Negro e Adriático, a Iniciativa dos Três Mares se expandiu desde sua criação para a Áustria, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Romênia, Bulgária, Letônia, Lituânia, Estônia e Eslovênia. Os membros da Iniciativa constituem quase metade da União Europeia, que tem 27 países-membros.
Arestovich também acrescentou que a Ucrânia fazia "de fato" parte da OTAN. Sim, tal parceria pode não incluir a responsabilidade de garantir a defesa mútua, de acordo com o artigo 5 do Tratado, mas mais de 50 países do Grupo de Contato para a Defesa da Ucrânia, liderado pelos EUA, prometeram ao ministro ucraniano da Defesa Aleksei Reznikov que nunca permitiriam que a Ucrânia perdesse o conflito, insiste Arestovich.
O secretário da Defesa norte-americano Lloyd Austin "colocou a cereja em cima do bolo" dizendo que ''não deve haver dúvida alguma que nós vamos levar a Ucrânia à vitória", disse Arestovich.
O principal assessor de relações públicas de Zelensky tem participado frequentemente em programas da televisão ucraniana e em live streaming, às vezes revelando informações sensíveis antes de serem confirmadas oficialmente, tais como a perda da cidade de Liman, em Donbass, no mês passado. Em outras ocasiões, o político recorreu a tiradas irreverentes contra Henry Kissinger e outros analistas ocidentais que apelam à Ucrânia para chegar à paz com Moscou.