France Presse
Este anúncio ocorre um dia depois da assinatura de um memorando entre os três países que inicia a adesão das nações nórdicas à Otan.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan (direita), e o ministro de Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, em 29 de junho de 2022 na cúpula da Otan em Madri © Javier Soriano |
"Com o novo acordo, vamos pedir à Finlândia a extradição de seis membros do PKK e seis membros do Fetö. À Suécia, pediremos a extradição de dez membros do Fetö e onze do PKK", declarou o ministro, segundo meios de comunicação locais.
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) é qualificado como terrorista pela Turquia e seus aliados ocidentais.
Fetö é o acrônimo do movimento fundado pelo teólogo Fethullah Gülen, radicado nos Estados Unidos e considerado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan como instigador da tentativa de golpe de Estado em julho de 2016.
Erdogan se reuniu durante várias horas na terça-feira, antes da abertura da cúpula da Otan em Madri, com seu homólogo finlandês Sauli Niinistö e a primeira-ministra sueca Magdalena Andersson.
A Turquia bloqueava a adesão deste dois países à Aliança Atlântica acusando-os de acolher militantes dos grupos terroristas, em referência ao PKK e Feto.
No final desta reunião, com a presença também do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, foi apresentado o documento que abre as portas a um futuro acordo formal de ampliação da Aliança frente às ameaças da Rússia.
O memorando aborda muitos dos temas que preocupam Erdogan. Em relação aos grupos curdos, Helsinque e Estocolmo confirmaram a inclusão do PKK nas organizações terroristas e se comprometem a "não apoiar" seu aliado na Síria, as YPG.
Sobre os casos de extradição, o acordo afirma que Finlândia e Suécia os examinarão "rápida e minuciosamente", considerando os serviços de informação turcos.
A presidência turca celebrou o pacto. "A Turquia conseguiu o que queria", ou seja, a plena cooperação dos países nórdicos na luta contra o terrorismo, disse em nota.
Os dois países solicitaram seu ingresso depois que o presidente russo, Vladimir Putin, iniciou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro e após ter permanecido durante toda a Guerra Fria à margem da Aliança liderada pelos Estados Unidos.