Por Max Hunder | Reuters
KIEV - O governador da província, Serhiy Gaidai, disse que as tropas na cidade já receberam a ordem de mudar para novas posições, mas não indicou se já o fizeram ou para onde exatamente estão indo.
Tanque das Forças Armadas da Ucrânia em área industrial da cidade ucraniana de Sievierodonetsk © Reuters |
"Permanecer em posições destroçadas por muitos meses apenas para ficar lá não faz sentido", afirmou Gaidai à televisão ucraniana.
As tropas "terão que ser retiradas", disse ele.
Gaidai fez os comentários no dia que marcou quatro meses desde que o presidente russo, Vladimir Putin, enviou dezenas de milhares de soldados pela fronteira, desencadeando um conflito que já matou milhares de combatentes e civis, desabrigou vários milhões de pessoas e viu cidades ucranianas serem destruídas por artilharia e ataques aéreos russos.
A guerra também provocou uma crise global de energia e alimentos.
Alguns dos combates mais pesados da guerra ocorreram em Sievierodonetsk, onde o confronto rua a rua durou um mês, com a Rússia meticulosamente conquistando mais terreno.
A batalha é fundamental para que a Rússia estabeleça o controle sobre o último pedaço remanescente da província de Luhansk, que, junto com Donetsk, compõe a região de Donbas, o coração industrial da Ucrânia.
A queda de Sievierodonetsk deixaria apenas Lysychansk - sua cidade-irmã na margem ocidental do rio Siverskyi Donets - em mãos ucranianas.
"Nossas forças tiveram que se retirar e conduzir um recuo tático porque basicamente não havia mais nada lá para defender. Não havia mais nenhuma cidade lá e, em segundo lugar, não podíamos permitir que eles fossem cercados", disse Oleksander Musiyenko, analista militar de Kiev.
As táticas da Rússia desde que suas tropas não conseguiram capturar a capital Kiev, no início da guerra, envolvem bombardeios ferozes de cidades e vilas, seguidos de ataques de tropas terrestres.
Analistas dizem que as forças russas estão sofrendo pesadas baixas e enfrentam problemas de liderança e suprimentos. No entanto, elas estão reprimindo a resistência ucraniana e obtendo ganhos importantes no leste e no sul.
O Estado-Maior da Ucrânia disse nesta sexta-feira que os russos estavam disparando de tanques, morteiros, artilharia e jatos, além de realizar ataques aéreos perto de Lysychansk e Sievierodonetsk e cidades próximas. A Reuters não pôde verificar imediatamente os relatos.