France Presse
O presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta quarta-feira que irá reabrir a fronteira com a Venezuela, após conversar com o presidente Nicolás Maduro. As relações diplomáticas entre os dois países estão em seus níveis mais baixos desde 2019, quando o governo colombiano reconheceu o opositor Juan Guaidó como “presidente legítimo” da Venezuela.
“Eu me comuniquei com o governo venezuelano para abrir as fronteiras e restabelecer o pleno exercício dos direitos humanos na área”, tuitou Petro.
A Colômbia abriga dois milhões dos seis milhões de venezuelanos que migraram devido à crise em seu país nos últimos cinco anos. A fronteira entre os dois países, a mais movimentada da América Latina, foi fechada em 2019 após o rompimento das relações, embora a passagem de veículos já estivesse restrita desde 2015.
Após o anúncio, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro confirmou ter conversado com Petro sobre a "disposição de restabelecer a normalidade nas fronteiras", afetada desde 2015. Mais cedo, o chanceler venezuelano, Carlos Faria, disse que Caracas espera “construir uma nova era” na relação entre as duas nações.
"Conversei com o presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, e em nome do povo venezuelano, o parabenizei por sua vitória. Conversamos sobre a disposição de restabelecer a normalidade nas fronteiras, diversos temas sobre a Paz e o futuro próspero de ambos os povos", tuitou Maduro.
Os dois países compartilham mais de 2,2 mil quilômetros de fronteiras. Até o fechamento da passagem, milhares de venezuelanos e colombianos atravessavam a fronteira rotineiramente para atividades de natureza comercial, educacional e sanitária. Mas desde 2019, o uso das chamadas "trilhas", passagens clandestinas na porosa fronteira, aumentou entre os habitantes dos dois países.
No final de 2021, os trânsitos de pedestres e o fluvial foram parcialmente retomados, mas a passagem de veículos e mercadorias continua fechada na cidade colombiana de Cúcuta, onde estão localizadas as principais pontes fronteiriças.
A fronteira também foi palco de múltiplos ataques de grupos armados irregulares contra as forças públicas colombianas e venezuelanas e de um ataque com rajadas de fuzil contra um helicóptero em que Duque viajava.
As passagens também favorecem ações ilegais de narcotraficantes, contrabandistas e grupos guerrilheiros. Duque tem acusado repetidamente Maduro de abrigar guerrilheiros colombianos e traficantes de drogas em seu território, o que Caracas nega, enquanto acusa o governo do presidente em fim de mandato de enviar paramilitares para desestabilizar e incentivar planos de assassinato na Venezuela.