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Rodolfo Cunha Cordeiro tem 34 anos e saiu em 2014 de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, para se juntar às forças da RPD contra os ataques ucranianos. O ex-agente de segurança vive há oito anos como um combatente em Donetsk e afirma que se juntou à luta por "solidariedade".
O combatente brasileiro da República Popular de Donetsk (RPD) Rodolfo Cunha Cordeiro posa para foto uniformizado © Foto / Arquivo Pessoal / Rodolfo Cordeiro |
Cordeiro atua como comandante de pelotão ou de grupo de combate — a depender da missão — e esteve presente em diversas áreas críticas desde o início do atual conflito na Ucrânia.
"Já passei por quase todos os pontos quentes da guerra", afirma o brasileiro em entrevista à Sputnik Brasil, acrescentando que a principal mudança desde a chegada das tropas russas na região de Donetsk foi o apoio aéreo e de outros sistemas.
Desde a entrada da Rússia no conflito, o militar afirma que participou em missões perto do mar de Azov, assim como nas regiões de Kiev, Carcóvia e na República Popular de Lugansk (RPL). Cordeiro cita ações em Pervomaisk, Gorlovka, Spartak, Yasinovataya, Staromikhailovka, Shirokino e no aeroporto de Donetsk.
'Adeptos do nazismo têm crescido' na Ucrânia
"Já passei por quase todos os pontos quentes da guerra", afirma o brasileiro em entrevista à Sputnik Brasil, acrescentando que a principal mudança desde a chegada das tropas russas na região de Donetsk foi o apoio aéreo e de outros sistemas.
Desde a entrada da Rússia no conflito, o militar afirma que participou em missões perto do mar de Azov, assim como nas regiões de Kiev, Carcóvia e na República Popular de Lugansk (RPL). Cordeiro cita ações em Pervomaisk, Gorlovka, Spartak, Yasinovataya, Staromikhailovka, Shirokino e no aeroporto de Donetsk.
'Adeptos do nazismo têm crescido' na Ucrânia
Cordeiro afirma que testemunhou a presença de grupos neonazistas na região e diversos ataques dessas organizações contra seus conhecidos ao longo dos anos em que mora em Donetsk. Questionado sobre a existência de neonazistas locais, ele garantiu que esses grupos estão lá e não são apenas militares.
"Sim, [há] bastante, não só militares, mas também muitas pessoas [civis]. O número de adeptos ao nazismo tem crescido cada vez mais entre os jovens", disse o combatente brasileiro.
Cordeiro afirmou que se deparou com o grupo neonazista Batalhão Azov em diversos momentos do conflito. "Notei a presença deles no sul de Donetsk, próximo de Shirokino e Sakhanka, nos arredores da região de Kiev e também próximo de Carcóvia", disse.
O brasileiro garante que é verdade que os grupos neonazistas usam civis como escudos humanos para evitar ataques e que essa é uma prática que precede o atual conflito. Essa tática foi denunciada diversas vezes pelos militares russos.
"Eles [neonazistas] gostam de fazer ataques de mísseis, artilharia e morteiros em meio às áreas habitadas por civis, pois eles sabem que não poderão ser atingidos", explica Cordeiro.
Em referência aos ataques de neonazistas contra civis, o brasileiro afirma que ao longo dos oito anos em que vive em Donetsk presenciou "muita coisa", incluindo contra parentes de conhecidos e moradores de Mariupol. Cordeiro reclama que a mídia ocidental não tem mostrado a realidade.
"A maioria das grandes mídias só vai mostrar o lado ucraniano — que é uma fábrica em massa de fake news", diz.
'Estou quase pronto para voltar à guerra'
Recentemente o brasileiro ficou ferido durante combates. Cordeiro não especificou o local exato onde isso ocorreu, mas afirmou que foi atingido enquanto participava de ações na região entre Carcóvia e Lugansk. O combatente afirma que recebeu tratamento em um hospital de Moscou e que teve alta antecipada na sexta-feira (17).
"Já me feri diversas vezes. Esta é a sexta vez. Foram mais de dez perfurações. Os projéteis e estilhaços entraram e saíram. Apenas alguns pequenos fragmentos não saíram. Estou quase pronto para voltar para a guerra", afirma resoluto o brasileiro, que diz que não tem problemas em voltar para Donetsk mesmo com a recente intensificação de ataques à região.