Por François Murphy | Reuters
VIENA - Os movimentos são descritos em um relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica enviado aos Estados-membros pouco antes de o Conselho de Governadores da AIEA aprovar uma resolução criticando o Irã por não explicar os vestígios de urânio encontrados em locais não declarados. O Irã havia alertado para retaliação.
O relatório da AIEA foi visto pela Reuters e confirmado pela agência.
A Usina de Enriquecimento de Combustível (FEP) em escala comercial do Irã em Natanz é a maior e foi construída no subsolo, aparentemente para protegê-la de possíveis bombardeios aéreos.
Um acordo nuclear de 2015 entre o Irã e as potências mundiais só permite que o Irã use máquinas IR-1 de primeira geração lá, mas à medida que o acordo se desenrola na esteira da retirada de Washington em 2018 sob o então presidente Donald Trump, o Irã instalou cascatas de centrífugas avançadas mais eficientes, como o IR-2m e o IR-4.
Durante meses, Teerã adiava, no entanto, o plano de instalar uma cascata de máquinas IR-6.
"Em 6 de junho de 2022, a Agência verificou na FEP que o Irã havia começado a instalar centrífugas IR-6 na referida cascata única anteriormente declarada pelo Irã à Agência", diz o relatório.
O Irã informou a AIEA em uma carta recebida em 6 de junho de sua intenção de instalar duas "novas cascatas" de máquinas IR-6 na fábrica subterrânea, disse o relatório.
"Em 8 de junho de 2022, a Agência também verificou que a instalação das duas 'novas' cascatas ir-6 ainda não havia começado", acrescentou.
Mais cedo na quarta-feira, antes da votação do conselho, o Irã disse que iria "desligar" duas câmeras da AIEA em uma usina de enriquecimento não especificada.