Sputnik
Autoridades dos EUA estão pedindo "silenciosamente" às empresas agrícolas que aumentem as importações de fertilizantes russos em meio à crescente escassez e à iminente crise internacional de alimentos, informou a Bloomberg na segunda-feira (13), citando fontes não identificadas.
As empresas que temem as sanções dos EUA aparentemente haviam quase cessado as compras, apesar das brechas embutidas nas penalidades.
Os EUA e a maioria dos países da União Europeia (UE) impuseram duras restrições comerciais a Moscou desde o início de sua operação militar especial na Ucrânia, no final de fevereiro, e agora enfrentam um dilema, já que as empresas transportadoras tentam evitar o transporte de fertilizantes russos, causando uma queda de 24% nas vendas do produto este ano.
O conflito na Ucrânia exacerbou a escassez de alimentos em todo o mundo, já que tanto a Rússia quanto seu vizinho respondem por grande parte das exportações mundiais de grãos, e isso elevou os preços a níveis recordes.
Embora Washington tenha culpado Moscou pela crise, acusando-a de impedir a entrada de grãos ucranianos nos mercados mundiais, o Kremlin diz que as sanções ocidentais são em grande parte responsáveis pelo aumento de preços e escassez de produtos básicos. Autoridades russas também criticaram Kiev por sua relutância em remover minas navais de alguns de seus portos, outro fator por trás do déficit. A Ucrânia, no entanto, insiste que as armas são necessárias para se defender contra possíveis ataques russos.
A Rússia pediu aos EUA que ofereçam garantias adicionais às empresas que desejarem comprar fertilizantes, na esperança de encorajar aquelas que estão preocupadas com as sanções. As negociações sobre o assunto estão avançando "lentamente", de acordo com a Bloomberg, mas autoridades americanas, no entanto, abordaram algumas empresas sobre as compras.
Os Estados Unidos e a Alemanha também pretendem aumentar as exportações de produtos ucranianos por via ferroviária nos próximos meses, apesar dos desafios logísticos causados pelo conflito.
"Estamos diante de um déficit substancial", disse o chefe do Escritório de Coordenação de Sanções do Departamento de Estado dos EUA, James O'Brien, em um briefing virtual no início deste mês. Ele acrescentou que "estamos trabalhando em conjunto com nossos parceiros para obter cerca de metade do que a Ucrânia exporta a cada mês", mas o esforço vai levar tempo.