France Presse
Os chefes de Estado e de governo dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que encerraram nesta quinta-feira (30) uma reunião de cúpula na capital espanhola, discutiram sobre "como Rússia e China continuam buscando benefícios políticos, econômicos e militares em nossa vizinhança do sul".
O presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, responde aos jornalistas em coletiva de imprensa durante a cúpula da Otan em Madri, em 30 de junho de 2022 © Pierre-Philippe MARCOU |
"Tanto Moscou como Pequim estão utilizando a influência econômica, a coerção e os enfoques híbridos para promover seus interesses na região", acrescentou.
"Assim que hoje debatemos formas de abordar este desafio crescente, inclusive com mais apoio aos parceiros na região", disse.
A Espanha, anfitriã da cúpula, havia insistido que a Otan prestasse mais atenção às ameaças do chamado "flanco sul", em um momento no qual a Aliança está, sobretudo, concentrada em seu flanco oriental e na invasão russa da Ucrânia.
Madri se preocupa com "o uso político da imigração irregular" e "a chantagem energética", nas palavras do ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares.
Em geral, os países ocidentais expressam sua crescente preocupação com o papel dos mercenários russos vinculados ao Kremlin em pontos de conflito no continente, como o Mali.
Stoltenberg anunciou que a Aliança havia estabelecido um "pacote de construção de capacidades de defesa" à Mauritânia para ajudar com a segurança fronteiriça, a migração ilegal e o terrorismo, e um apoio adicional para a Tunísia.
Ademais, o novo Conceito Estratégico - o documento que define a estratégia - da Otan, aprovado em Madri, reconhece os problemas no chamado flanco sul.
"Os conflitos, a fragilidade e a instabilidade na África e no Oriente Médio afetam diretamente a nossa segurança e a de nossos parceiros", afirma o documento.
"A vizinhança meridional da Otan, em particular as regiões do Oriente Médio, Norte da África e Sahel, enfrenta desafios interconectados de segurança, demográficos, econômicos e políticos", acrescenta o Conceito Estratégico de Madri.
O presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez, anfitrião do encontro, agradeceu o bom andamento da cúpula e respondeu que o documento adotado em Madri garante a solidariedade dos aliados em caso de ataque a Ceuta e Melilla, as duas cidades espanholas encravadas no norte da África.
"O Conceito Estratégico deixa bem claro que vamos defender cada centímetro do território dos países pertencentes à Otan. Acho que com isso está tudo dito", respondeu Sánchez em entrevista coletiva, ao ser interpelado sobre o tema.