David Baché | RFI no Mali
Os vilarejos atacados foram Diallassagou, Diamweli, Dessagou no sábado (18), e depois Ségué no domingo (19). De acordo com várias fontes locais e de segurança, os jihadistas apareceram por volta das 16h no sábado e não foram embora até o meio da noite, em cerca de uma centena de motocicletas com homens armados a bordo.
Localização do vilarejo de Diallassagou, no Mali. © RFI |
Os combatentes em Ségué conseguiram conter o avanço dos terroristas e uma pessoa morreu nos confrontos. Mas foi nas outras aldeias da localidade de Diallassagou que os jihadistas cometeram terríveis massacres, sequestrando grupos de homens e executando-os em vários lugares ao redor da aldeia.
Nas violências, os jihadistas atearam fogo ao mercado, casas, lojas e até veículos. Eles também roubaram gado. Centenas de aldeões fugiram, a maioria deles em direção a Bankass, a cerca de 40 km de distância.
Um acordo de paz intercomunal local foi alcançado em fevereiro do ano passado em Diallassagou, que durante um tempo silenciou as armas e permitiu que as pessoas se movimentassem livremente.
Vingança de jihadistas
O ataque de sábado não foi reivindicado, mas segundo várias fontes locais, os jihadistas da Macina Katiba, membros do Jnim, o Grupo de Apoio ao Islã e muçulmanos ligados à Aqmi teriam agido em retaliação. Eles culpam certos habitantes por terem quebrado este acordo local e por terem ajudado o exército do Mali e seus auxiliares russos a realizar operações recentes na área.
Em um comunicado à imprensa, a ONU disse ter contatado as autoridades do país a fim de enviar uma missão de apoio para proteger os civis na área.
Outro ataque ocorreu nesta segunda-feira de manhã, ainda na região de Bandiagara. Desta vez os jihadistas visaram os caçadores tradicionais de Djiguibombo. De acordo com fontes de segurança, duas pessoas foram mortas.