Tropas russas entraram nos arredores da cidade ucraniana de Sievierodonetsk, disse o governador regional nesta segunda-feira, descrevendo combates "muito ferozes" nas ruínas de uma cidade que se tornou o foco da ofensiva de Moscou.
Por Max Hunder e Pavel Polityuk | Reuters
KIEV, Ucrânia - A Rússia tem concentrado seu poder de fogo no último grande centro populacional ainda controlado pelas forças ucranianas na província de Luhansk, no leste, em um esforço para alcançar um dos objetivos declarados do presidente Vladimir Putin após três meses de guerra.
Tropas pró-Rússia disparam na região ucraniana de Luhansk © Reuters |
Os bombardeios incessantes deixaram as forças ucranianas defendendo ruínas em Sievierodonetsk, mas sua recusa em se retirar desacelerou a grande ofensiva russa na região de Donbas.
O governador da região de Luhansk, Serhiy Gaidai, disse que as tropas russas avançaram para as margens sudeste e nordeste da cidade. Mas ele afirmou que as forças ucranianas expulsaram os russos da vila de Toshkivka, ao sul, potencialmente frustrando o esforço de Moscou para cercar a área.
"Capturar Sievierodonetsk é uma tarefa fundamental para os ocupantes... Fazemos todo o possível para conter esse avanço", disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em um discurso televisionado.
"Cerca de 90% dos prédios estão danificados. Mais de dois terços do parque habitacional da cidade foi completamente destruído."
Os líderes da União Europeia vão se reunir na segunda e terça-feira para discutir um novo pacote de sanções contra a Rússia, potencialmente incluindo um embargo de petróleo.
Mas os governos da UE não conseguiram chegar a um acordo em um mês de negociações, com a Hungria em particular dizendo que não pode vetar o petróleo russo que abastece suas refinarias através do enorme gasoduto Druzhba da era soviética, cujo nome significa "Amizade".
Antes da cúpula, o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, expressou temores de que a unidade da UE estivesse "começando a desmoronar". As conclusões preliminares, vistas pela Reuters, indicavam que haveria pouco em termos de novas decisões.
Mas o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, disse que "haverá um acordo no final", com um acerto sobre o próximo pacote de sanções na tarde de segunda-feira.
"PRIORIDADE INCONDICIONAL"
Depois de não conseguir capturar Kiev em março, a Rússia anunciou que o foco de sua "operação militar especial" agora era tomar toda a região de Donbas, composta por duas províncias, Luhansk e Donetsk, que Moscou reivindica em nome de representantes separatistas.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse no domingo que a "libertação" de Donbas é uma "prioridade incondicional" para Moscou.
Capturar Sievierodonetsk e sua cidade gêmea Lysychansk na margem oposta do rio Siverskyi Donets daria à Rússia o controle efetivo da província de Luhansk, um ponto em que o Kremlin poderia declarar alguma forma de vitória.