Daniel Weterman | O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA – Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que seu partido, o PL, contratará uma empresa para fazer auditoria nas eleições deste ano e repetir que as Forças Armadas terão papel ativo na apuração dos votos, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou não ver motivo para questionar as urnas eletrônicas nem a revisão das eleições por outro Poder.
BRASÍLIA – Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que seu partido, o PL, contratará uma empresa para fazer auditoria nas eleições deste ano e repetir que as Forças Armadas terão papel ativo na apuração dos votos, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou não ver motivo para questionar as urnas eletrônicas nem a revisão das eleições por outro Poder.
“A responsabilidade pelo processo eleitoral cabe a uma Justiça especializada no Brasil, que é a Justiça Eleitoral. A ela cabe a confiança dos brasileiros sobre a higidez do processo de apuração das eleições”, afirmou. “Não cabe a nenhuma entidade privada ou outra instituição a participação na contagem dos votos.”
Mais cedo, o senador havia adotado o mesmo tom em entrevista ao portal UOL. “Temos que confiar na Justiça Eleitoral do Brasil. Não é necessário fazer revisão em outra instância ou por outro Poder. Cabe à Justiça Eleitoral o início, o meio e o fim do processo eleitoral do País.”
Pacheco assumiu nesta sexta-feira, 6, o comando do País como presidente da República interino, após viagem de Bolsonaro, do vice-presidente Hamilton Mourão, e do segundo na ordem de sucessão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL). Em entrevista no Senado, Pacheco defendeu a autonomia da Justiça Eleitoral e criticou o uso das Forças Armadas e de empresas para auditar o resultado da disputa.
Já o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, autorizou as Forças Armadas a divulgar os documentos com questionamentos ao processo eleitoral. Fachin, em contrapartida, cobrou explicações do Ministério da Defesa sobre a movimentação dos militares no caso, pois a própria pasta classificou os ofícios como sigilosos.
Na quinta-feira, no entanto, a Defesa cobrou do TSE a ampla divulgação das informações. O Estadão revelou que, em oito meses, os militares enviaram ao TSE 88 questionamentos que tentavam apontar vulnerabilidades no sistema.