RFI
Durante mais de 2 horas Macron tentou convencer Putin a aceitar a retirada das pessoas que permanecem na usina de Azovstal, último reduto da resistência ucraniana na cidade portuária do sul de Donbass, região totalmente controlada por forças russas.
Após discutir com Volodymyr Zelensky no fim de semana, Emmanuel Macron teve uma longa conversa telefônica com Vladimir Putin. REUTERS - SARAH MEYSSONNIER |
O presidente francês disse que essa retirada deve ser efetuada "de forma coordenada com os serviços humanitários e possibilitando que as pessoas escolham para onde querem ir, como manda o direito internacional humanitário". A conversa aconteceu no momento em que o exército russo lançava mais uma ofensiva contra a usina.
Essa foi a primeira discussão telefônica entre os dois chefes de Estado desde 29 de março e a descoberta do massacre de Bucha, episódio duramente criticado pelo presidente francês e boa parte da comunidade internacional. Macron também conversou com telefone no sábado (1°) com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Macron “exprimiu novamente sua profunda preocupação com Mariupol e a situação no Donbass”, informou o Palácio do Eliseu. Segundo Paris, o presidente insistiu novamente na necessidade de um cessar-fogo e se disse disposto a “atuar por uma solução negociada visando permitir a paz e o respeito da soberania e da integridade territorial da Ucrânia".
Já o presidente russo disse que “o Ocidente poderia ajudar a parar com essas atrocidades exercendo uma influência apropriada sobre as autoridades de Kiev”. Putin disse ainda que os países ocidentais deveriam parar de fornecer armas para a Ucrânia, que ele acusa de “cometer crimes de guerra” que a União Europeia estaria “ignorando”.
Durante sua conversa com Zelensky no sábado, Macron, havia anunciado que pretende reforçar o envio de material militar e de ajuda humanitária para os ucranianos.
As relações entre Moscou e Paris estão tensas desde o início da ofensiva russa. Mas a França está à frente da presidência rotativa da União Europeia e, desde o início do conflito, Macron vem tentando encontrar uma saída para a crise, sem muito sucesso.
(Com informações da AFP)