Deutsch Welle
Os ministros das Finanças do G7 concordaram em fornecer 19,8 bilhões de dólares em ajuda econômica à Ucrânia, em meio à guerra travada pela Rússia. O anúncio foi feito ao fim de uma cúpula em Königswinter, nos arredores de Bonn, na Alemanha, nesta sexta-feira (20/05).
Ministros do G7 estiveram reunidos por dois dias em cúpula em Königswinter, nos arredores de Bonn, na Alemanha | Foto: Ina Fassbender/AFP/Getty Images |
A invasão russa da Ucrânia afetou severamente a capacidade de Kiev de cobrar impostos, e estima-se que o governo precisará de 15 bilhões de euros nos próximos três meses para continuar funcionando. O auxílio financeiro deve ser usado, por exemplo, para pagar salários de funcionários públicos e manter os serviços públicos enquanto a guerra continua.
Em comunicado, os ministros das sete maiores economias do mundo disseram que o pacote bilionário visa "ajudar a Ucrânia a fechar sua lacuna financeira e continuar garantindo a prestação de serviços básicos ao povo ucraniano".
"Concordamos que a situação financeira da Ucrânia não deve ter influência na capacidade ucraniana de se defender com sucesso", afirmou o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, que foi o anfitrião da cúpula uma vez que a Alemanha ocupa a presidência rotativa do G7. "Estamos com a Ucrânia durante esta guerra e depois dela, e estamos prontos para fazer mais."
Na quinta-feira, a Alemanha anunciou que contribuiria com 1 bilhão de euros em subsídios como parte do pacote do G7 – grupo que inclui ainda Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.
Guerra em foco na cúpula
A invasão russa se fez presente em quase todos os tópicos discutidos durante as reuniões da cúpula nesta semana, desde a necessidade de reduzir a dependência da energia russa a uma mudança nas relações entre os países a fim de manter a estabilidade econômica.
"A guerra de agressão da Rússia está causando perturbações econômicas globais, impactando a segurança do fornecimento global de energia, produção de alimentos e exportação de alimentos e commodities agrícolas, bem como o funcionamento das cadeias de suprimentos globais em geral", disse o comunicado do G7.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e outros líderes falaram nesta semana sobre a necessidade de os aliados reunirem auxílio financeiro adicional suficiente para ajudar Kiev a "passar" pela invasão russa.
"Todos nós nos comprometemos a fazer o que for necessário para preencher a lacuna", disse Yellen na quinta-feira, ao fim do primeiro dos dois dias de reuniões. "Vamos reunir os recursos de que eles precisam."
Fundo europeu?
O governo da Alemanha, contudo, descartou a ideia de criar um esquema conjunto de empréstimos da União Europeia (UE) para cobrir os custos de reconstrução da Ucrânia após a guerra – uma ideia que havia sido lançada por autoridades europeias no início desta semana.
"Haverá um momento, mais cedo ou mais tarde, em que teremos que olhar para o financiamento em escala europeia, como fizemos com a covid", disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, em Bruxelas na quarta-feira.
Timmermans se referia ao fundo de recuperação pós-pandemia de 800 bilhões de euros promovido pela UE, chamado "Next Generation", que está sendo financiado por dívida conjunta.
"Se houver qualquer consideração de fazer algo como o 'Next Generation' novamente, então a resposta teria que ser não. Essa foi uma oportunidade única", rebateu Lindner.
A Comissão da UE, no entanto, propôs um pacote de 9 bilhões de euros em empréstimos de "assistência macrofinanceira" para a Ucrânia, que visa "sustentar serviços básicos, atender às necessidades humanitárias e consertar a infraestrutura destruída mais essencial".