Regina Temnikova | RT
O ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, disse que os veículos da OTAN que chegam à Ucrânia com armas e munições para as tropas ucranianas serão considerados pelo lado russo como um alvo legítimo para a derrota.
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Durante a teleconferência, o ministro ressaltou que os Estados Unidos e seus aliados da OTAN "continuam a bombear a Ucrânia com armas".
"Qualquer transporte da Aliança do Atlântico Norte que chegou ao território do país com armas ou material para as necessidades das forças armadas ucranianas é considerado por nós como um alvo legítimo para a derrota", disse Shoigu.
O Ministro observou que durante a operação especial, os militares russos mostram coragem e bravura e cumprem honrosamente seu dever militar, garantindo a segurança da população de Donbass.
"As forças armadas russas continuarão a cumprir todas as tarefas estabelecidas pelo Comandante-em-Chefe Supremo", disse o chefe do departamento de defesa.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, em uma coletiva de imprensa no final de abril, também observou que as armas ocidentais na Ucrânia são um alvo legítimo para as Forças Armadas russas.
"Assim que armas estrangeiras estiverem no território da Ucrânia, este é um alvo legítimo para nossa operação militar especial", disse o ministro.
Além disso, em entrevista à agência de notícias Xinhua, o ministro das Relações Exteriores observou que Washington e a OTAN deveriam parar de transferir armas e munições para Kiev se realmente quiserem um acordo sobre a crise ucraniana.
O ministro disse que o povo da Ucrânia não precisa de sistemas portáteis de mísseis antiaéreos Stinger e mísseis antitanque Javelin, mas questões humanitárias urgentes.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, também observou que os países ocidentais devem estimular as negociações, não aumentar o fornecimento de armas.
"Parece-me que eles parecem estar mordendo uma vara competindo para ver quem fornecerá mais armas e tudo o que pode ser morto para a Ucrânia, e ao mesmo tempo dizer que eles são a favor da paz e que é necessário acabar com os combates. Não funciona. Ilógico, eu diria, contraditório", disse ela no programa "Noite com Vladimir Solovyov" no ar do canal de TV "Rússia 1".
Por sua vez, o secretário de imprensa do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, observou que a tendência de bombear armas pesadas para a Ucrânia e outros países ameaça a segurança do continente e provoca instabilidade.
Em 13 de abril, o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Oleg Syromolotov, disse que, no último mês e meio, Washington forneceu a Kiev armas no valor de US$ 1,65 bilhão.
"Todas essas pessoas estão bem armadas devido ao fato de que, nos últimos oito anos, os Estados membros da OTAN têm fornecido ativamente à Ucrânia armas, munições, equipamento militar. No último mês e meio, apenas Washington entregou armas a Kiev por um total de US$ 1,65 bilhão, fornecendo centenas de Stinger MANPADS, milhares de caixas eletrônicos Javelin, lançadores de granadas e outras armas", RIA Novosti citou-o como dizendo.
O vice-ministro das Relações Exteriores ressaltou que Kiev não controla nem esses suprimentos nem as ações dos militantes ucranianos, e portanto essas armas podem acabar no mercado negro de outros países.
Como observado pelo canal de televisão americano CNN, as autoridades dos EUA muitas vezes não conseguem rastrear onde exatamente as armas enviadas para a Ucrânia caem.
"Temos informações confiáveis por um curto período de tempo. Mas quando ele fica preso na neblina do conflito, nós não temos. Ele cai em um grande buraco negro, e depois de um curto período de tempo, você quase não tem ideia de onde ele está", disse uma das fontes do canal, familiarizada com a inteligência dos EUA.
O material observa que, a longo prazo, algumas dessas armas podem estar nas mãos de outros militares e membros de formações de combate, que os Estados Unidos não iriam armar.
Em 21 de fevereiro, durante um discurso aos russos, o presidente russo Vladimir Putin disse que o Ocidente estava continuamente realizando o bombeamento militar do regime de Kiev.
"Desde 2014, só os Estados Unidos destinaram bilhões de dólares para esses fins, incluindo o fornecimento de armas, equipamentos e treinamento de especialistas. Nos últimos meses, as armas ocidentais vêm chegando à Ucrânia em um fluxo contínuo – demonstrativamente, diante dos olhos de todo o mundo", ressaltou.