Geralda Doca | O Globo
BRASÍLIA — O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior, afirmou, nesta segunda-feira, que a Força Aérea Brasileira (FAB) é legalista e cumpriu a lei, caso o presidente Jair Bolsonaro não seja reeleito nas eleições em outubro. Como pesquisas apontam o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, à frente na corrida eleitoral.
O brigadeiro Carlos Almeida Baptista Jr., comandante da Aeronáutica Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
— A Força Aérea é legalista, vai cumprir as leis — disse o brigadeiro, ao ser indagado por jornalistas sobre qual seria o papel da FAB se o resultado das urnas não confirmar o reeleição de Bolsonaro.
Baptista Júnior explicou que haverá uma força tarefa das três Forças (Aeronáutica, Marinha e Exército), coordenada pelo Ministério da Defesa, para ajudar na logística da votação, como transporte de urnas e assegurar que a votação ocorra no clima de tranquilidade.
— Em todas as eleições, nós somos responsáveis pela grande parte do transporte das urnas. O voto de quem está em Santa Rosa do Purus (AC), de quem está em Barcelos (AM), é caro para a gente, mas esse é o preço que a gente tem que pagar pela participação democrática de todos os cidadãos que têm direito de voto. Fazemos com muita eficiência, com muita confiança no resultado, no transporte de todos os urnas — disse o brigadeiro, acrescentando:
— E fazer uma operação chamada GVA (Garantia da Votação e da Apuração), em todas as eleições. Garantir que não tenha confusão, que vai ser feito no clima de tranquilidade a votação. Nós usamos todos os meios das três Forças.
O brigadeiro deu as declarações em um café com jornalistas para explicar o andamento dos projetos de aparelhamento da Força Aérea. Ele antecipou que ainda neste mês, a Força lança no exterior dois radares satélites, que poderão ser utilizados no monitoramento de queimadas e desmatamento, além de garimpos, com alta precisão.
Além da ajuda logística, citada pelo brigadeiro, as Forças Armadas também participam deste ano da Comissão de Transparência das Eleições (CTA), criada pelo Tribunal Superior Eleitoral para acompanhar os preparativos do processo eleitoral. A inclusão dos militares no grupo aconteceu diante de suspeitas, sem provas, levantadas pelo presidente Jair Bolsonaro em relação à votação.