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Desde o fim da guerra civil chinesa em 1949, a ilha com uma população de 24 milhões de habitantes é governada por um regime rival ao regime comunista que governa a China continental.
Joe Biden © AP - Evan Vucci |
A China pretende "reunificar" o território insular à "pátria-mãe". A potência asiática não renuncia ao uso da força armada, particularmente no caso de uma declaração formal de independência pelas autoridades de Taiwan.
Depois de manter por muito tempo certa ambiguidade, o presidente dos EUA, Joe Biden, confirmou nesta segunda-feira em Tóquio que os Estados Unidos defenderiam Taiwan militarmente se Pequim invadisse a ilha.
"Nós concordamos com a política de uma China única, nós a assinamos, mas a ideia de que (Taiwan) possa ser tomada à força simplesmente não é apropriada", disse Biden. "Isto irá separar toda a região e será uma ação semelhante ao que aconteceu na Ucrânia", comparou o presidente dos EUA.
Pequim reagiu rapidamente. "Ninguém deve subestimar a determinação firme, a forte vontade e a poderosa capacidade do povo chinês de defender a soberania nacional e a integridade territorial", disse Wang Wenbin, porta-voz da diplomacia chinesa.
"Pedimos aos Estados Unidos que evitem enviar sinais errados às forças de independência" em Taiwan, disse ele em uma coletiva de imprensa.
Embora Washington tenha reconhecido diplomaticamente Pequim desde 1979 e não mais Taipei, o apoio americano a Taiwan nunca foi interrompido. Os Estados Unidos, que fizeram da China um rival estratégico, continuam sendo o parceiro e fornecedor de armas mais importante da ilha.
Escala japonesa
Após uma visita de três dias à Coreia do Sul, Biden está no Japão desde domingo (22) à noite, com autoridades americanas considerando esses dois países como os pilares do sistema americano diante da ascensão da China na região.
Exibindo uma frente unida contra Pequim, Biden e o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida também reafirmaram sua visão compartilhada de uma região Indo-Pacífica livre e aberta, e disseram que concordaram em monitorar a atividade naval chinesa na região, onde a China mostra ambições crescentes.
O presidente dos EUA também mirou na Rússia, dizendo que Moscou tem que, a longo prazo, "pagar um preço alto" por sua "barbárie na Ucrânia" em relação a sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados.
"Não se trata apenas da Ucrânia", disse Biden. Porque, se "as sanções não fossem mantidas, que sinal seria enviado à China sobre o preço de uma tentativa de tomar Taiwan à força?".
Liderança americana no Indo-Pacífico
Ainda em Tóquio, na terça-feira (24), Biden buscará reforçar a liderança americana na região da Ásia-Pacífico, juntando-se a líderes da Austrália, Índia e Japão para uma cúpula de uma aliança informal, o Quad.
Esta é uma "oportunidade para trocar pontos de vista e continuar a promover a cooperação na região do Indo-Pacífico", disse a Casa Branca.
No entanto, a Índia, membro do Quad, até agora se destacou por sua recusa em condenar abertamente Moscou pela guerra na Ucrânia ou por restringir seu comércio com a Rússia. Biden terá uma reunião individual na terça-feira com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.
O presidente americano anunciou hoje em Tóquio o lançamento de uma nova parceria econômica na Ásia e no Pacifico, com a participação de 13 paises, com exceção da China. O acordo não é de livre-comércio, mas prevê uma maior integração entre os paises membros em torno de quatro eixos: a economia digital, cadeias de abastecimento, energias verdes e a luta contra a corrupção.
(Com informações da AFP)