Deutsch Welle
A Alemanha apoiará a admissão da Finlândia e da Suéciana Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), caso esses países enviem um pedido de adesão à aliança militar.
Scholz se reuniu com Marin (esq.) e Andersson na Alemanha | Foto: MICHELE TANTUSSI/REUTERS |
O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, confirmou o respaldo de seu país em uma reunião nesta terça-feira (03/05) com as primeiras-ministras da Finlândia, Sanna Marin, e da Suécia, Magdalena Andersson. O encontro ocorreu paralelamente a uma reunião do gabinete do governo alemão no castelo de Meseberg, próximo a Berlim.
"Está claro que, se esses dois países decidirem que desejam se tornar parte da Otan, podem contar com nosso apoio", assegurou Scholz, acrescentando que a Alemanha apoia ambas as nações de modo geral, independentemente de sua entrada ou não na aliança.
Após a invasão russa na Ucrânia, as duas nações escandinavas passaram a considerar deixar de lado a neutralidade e ingressar na Otan, em razão de sua proximidade geográfica com a Rússia e em meio a temores de que Moscou possa promover uma expansão do conflito para outras regiões da Europa.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, garantiu a rapidez do processo de adesão desses dois países, caso eles entrem com o pedido.
A Finlândia estaria próxima de formalizar o pedido de adesão. A decisão final deve ser tomada no dia 12 de maio. Em Meseberg, Marin afirmou que as sanções à Rússia impostas pela União Europeia (UE) devem ser reforçadas. "A liderança alemã agora é mais importante do que nunca", ressaltou a premiê finlandesa.
Por sua vez, Andersson anunciou que a Suécia deve, tão logo quanto possível, aumentar seu orçamento na área da defesa para 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, conforme a meta exigida aos países-membros da Otan.
Scholz acusa Putin de "imperialismo"
Scholz acusou Moscou de romper com o princípio fundamental de não alterar as fronteiras internacionais com o uso da força. "Ninguém, portanto, pode presumir que o presidente russo [Vladimir Putin] e seu governo não vão violar outras leis internacionais através da violência", afirmou.
O chanceler disse que que a Alemanha também deve aumentar permanentemente para 2% de seu PIB os gastos com a defesa.
"A política de Putin é imperialista. Ele olha para os vizinhos da Rússia como se fossem o seu quintal; ele quer expandir seu território e lançar mão da força para redesenhar fronteiras", afirmou, em entrevista à revista alemã Stern.
Scholz, porém, desmentiu que Putin tenha ameaçado a Alemanha com um ataque nuclear durante um telefonema entre ambos. "Isso é absurdo", afirmou.
O chanceler, entretanto, admitiu que a Rússia é, de fato, uma potência nuclear, e que as ameaças de Moscou devem ser levadas a sério. "É nosso dever impedir que essas armas sejam utilizadas", ressaltou.