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As supostas tentativas do Irã de construir uma bomba nuclear ameaçam não só Israel, mas também todo o Oriente Médio e até o mundo inteiro, afirmou no domingo (31) Tal Kelman, oficial militar de Israel, citado pelo jornal The Times of Israel.
"Haveria uma corrida armamentista nuclear no Oriente Médio [se Irã obtivesse a bomba] porque outros países também quereriam obter uma arma nuclear", sugeriu o general das Forças de Defesa de Israel (FDI) comandante da Direção de Estratégia e Terceiro Círculo, que tem foco em Teerã.
Kelman advertiu que Tel Aviv preferiria um caminho diplomático para prevenir os supostos esforços do Irã para obter uma bomba nuclear, mas ao mesmo tempo se estava "preparando para outros cenários" se as negociações falharem.
"Continuamos acreditando na necessidade de uma solução diplomática, e cremos que com os passos corretos, que têm de ser rígidos, alguns dos quais ainda não foram tentados, e alguns dos quais são esforços diplomáticos, é possível retornar o Irã à mesa de negociações", propôs, sem detalhar os passos "rígidos".
"Parte do meu trabalho é construir planos e recursos israelenses de um conflito com o Irã. Nós não queremos conflito, não queremos guerra. Queremos resolver esta questão diplomaticamente, mas quando você tem à sua frente um lado que é agressivo, que está construindo recursos militares, temos de nos estar preparando para outros cenários", apontou o militar, sem explicar a natureza desses "cenários".
Na última segunda-feira (25) o The Times of Israel revelou que foi atribuído US$ 1,5 bilhão (R$ 8,22 bilhões) às FDI como preparação para um possível ataque aéreo contra as instalações nucleares do Irã, enquanto no domingo (31) Naftali Bennett, premiê israelense, declarou que Tel Aviv estava em uma "guerra fria" com Teerã, e que planejava despender vastas quantidades de dinheiro na defesa até o país persa cair.
Irã rejeita estar enriquecendo urânio com o objetivo de construir armas nucleares, e em vez disso defende que o faz com o objetivo de produzir eletricidade. Em 2003 o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país, emitiu uma fatwa, ou decreto religioso islâmico, que proibia a produção ou uso de quaisquer armas de destruição em massa.