Alberto Nardelli, Jennifer Jacobs e Nick Wadhams | Bloomberg
O governo de Washington monitora de perto a expansão das forças russas perto da fronteira com a Ucrânia, e autoridades dos EUA informaram a UE sobre a preocupação com uma possível operação militar, segundo várias pessoas a par do assunto. Na sexta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou a informação como “esforços vazios e infundados para exacerbar as tensões”.
Reprodução |
As avaliações seriam baseadas em informações que os EUA ainda não compartilharam com governos europeus, um passo necessário antes de qualquer decisão sobre uma resposta coletiva, disseram as pessoas. Os dados são apoiados em evidências disponíveis publicamente, de acordo com funcionários com conhecimento da visão do governo.
Na noite de quinta-feira, um funcionário da Casa Branca disse que os EUA estavam em contato com aliados sobre a movimentação das tropas. A Rússia afirma que os posicionamentos militares em seu território são um assunto interno e nega quaisquer intenções de invasão, enquanto acusa os EUA de provocação pela presença de navios de guerra no Mar Negro.
O rublo se desvalorizou com a notícia, rumo à primeira queda semanal em três semanas. Os títulos em rublo caíam pelo segundo dia: o rendimento da dívida de 10 anos subiu três pontos-base, para 8,07%. O mercado acionário registrou a maior baixa em duas semanas.
O alerta dos EUA sobre a Ucrânia se soma ao impasse mais recente entre Polônia e Bielorrússia, forte aliada da Rússia. E coincide com as incertezas sobre o aumento da oferta de gás russo à Europa, apesar da promessa do presidente Vladimir Putin de elevar as entregas a partir desta semana para aliviar a crise energética. Putin pressiona reguladores europeus para uma aprovação rápida do gasoduto Nord Stream 2 da Rússia à Alemanha, um projeto que enfrenta oposição dos EUA e Ucrânia, que citam um risco à segurança.
A Rússia não pretende começar uma guerra com a Ucrânia agora, embora o governo de Moscou deva mostrar que está pronto para usar a força se necessário, disse uma pessoa próxima ao Kremlin. Uma ofensiva é improvável, já que as tropas russas enfrentariam resistência da população em Kiev e outras cidades, mas há um plano para responder às provocações da Ucrânia, disse outra autoridade.
O Ocidente prepara novas sanções à Bielorrússia, acusada de fabricar uma crise de migração. Em resposta, na quinta-feira o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, ameaçou bloquear um gasoduto importante que transporta gás russo para a UE se a Polônia fechar a fronteira. Na sexta-feira, no entanto, a Rússia prometeu cumprir suas obrigações de fornecimento de gás para a Europa, independentemente das ameaças da Bielorrússia.