Izvestia
"Incidentes como os do Golfo de Omã são muito perigosos e causam sérias preocupações. Qualquer erro de ambos os lados pode resultar em desastre. O Irã está em uma posição muito difícil. O país tem uma situação econômica muito difícil, inflação muito alta. Por outro lado, os Estados Unidos também estão sob pressão para voltar às negociações. Talvez incidentes como o que aconteceu no Golfo de Omã sejam uma tentativa de tomar uma posição dominante antes de uma nova rodada de negociações", sugeriu Gudrazi.
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Ele lembrou que sempre houve relações tensas entre os Estados Unidos e o Irã: a partir de 1979, quando a Revolução Islâmica ocorreu, durante a guerra Irã-Iraque, até as sanções americanas. Mas depois que o ex-presidente dos EUA Donald Trump se retirou do tratado nuclear, as relações entre os países finalmente azedaram.
Neste contexto, o cientista político está confiante de que o incidente no Golfo pode afetar o curso das negociações sobre o acordo nuclear.
"Especialmente considerando as declarações do Secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã Ali Shamkhani. Ele disse que, enquanto o Irã não tiver garantias dos EUA sobre o acordo nuclear, ele não voltará à mesa de negociações. E incidentes como o Golfo de Omã mostram que o Irã não confia nos EUA e vice-versa. E quando não há confiança, mas há tensão, isso definitivamente afeta as negociações", acrescentou o especialista.
Gudarzi observou que não há organizações internacionais que possam atuar como intermediários entre os Estados Unidos e o Irã. Não são para nenhum país que não queira aderir a acordos previamente alcançados.
"Não temos outras organizações fortes além da ONU e do Conselho de Segurança. Eles verificaram e apoiaram o acordo nuclear, mas os EUA facilmente se retiraram do acordo. Por outro lado, o Irã também tinha problemas", explicou.
Segundo o especialista, os dois países devem querer chegar a um acordo. Para o Irã, as garantias dos Estados Unidos são importantes, e os Estados Unidos dizem que concordam em aceitar o acordo, mas com pontos adicionais.
"Por exemplo, sobre as forças armadas do Irã e a atividade na região. E eu não acho que as atuais autoridades iranianas irão para isso", concluiu o cientista político.
Seu colega - o especialista militar Igor Nikulin - durante uma entrevista com Izvestia acrescentou que os Estados Unidos foram repetidamente pegos por assaltos navais, mas os militares dos EUA conseguem lidar apenas com os desarmados.
Mais cedo, em 3 de novembro, a mídia iraniana informou que navios de guerra da Quinta Frota dos EUA haviam parado um petroleiro da República Islâmica para despejar petróleo de exportação em outro navio. No ataque, os militares americanos usaram vários helicópteros e navios de combate.
No mesmo dia, foi publicado um vídeo de como as forças do Corpo de Guarda Revolucionária Islâmica não permitiram que os militares dos EUA interceptassem a carga do petroleiro da República.
Fontes em Washington negaram a versão iraniana dos acontecimentos. Teerã não forneceu o nome do navio ou qualquer explicação sobre por que a Marinha dos EUA tentou apreender o navio que transportava petróleo iraniano, disseram à AP.