ANSA
A China anunciou sanções contra uma lista de políticos considerados "independentistas irredutíveis" de Taiwan nesta sexta-feira (5), que inclui o premiê do território, Su Tseng-chang, o ministro das Relações Exteriores, Joseph Wu, e o presidente do Parlamento, You Shyi-kun.
Su Tseng-chang | EPA |
Segundo a porta-voz do Escritório do Governo Central para os Assuntos de Taiwan, Zhu Fenglian, todos estão proibidos de entrar "na China continental e nas regiões especiais de Hong Kong e Macau" e receberam um "responsabilidade penal vitalícia". A medida também afeta os familiares dos políticos.
Ainda conforme a nota divulgada por Zhu, a medida tem como objetivo tornar "penalmente responsável por toda a vida as pessoas que apoiem a independência de Taiwan".
"Os secessionistas irredutíveis estão banidos da cooperação comercial [por meio] também de institutos associados a eles. São responsáveis por ter instigado o confronto através do Estreito de Taiwan, de ter atacado e caluniado maliciosamente o país, de ter buscado a independência com palavras e ações ligadas às forças externas para dividir o país e de ter minado gravemente as relações bilaterais e ter colocado em perigo o Estreito de Taiwan", diz ainda o comunicado.
A declaração termina "advertindo os irredutíveis que aqueles que esquecem seus antepassados, que traem a mãe-pátria e que dividem o país não vai terminar bem, sendo colocados de lado pelo povo e julgados pela história".
O anúncio da punição ocorre no mesmo dia que uma delegação do Parlamento Europeu se reuniu com os três políticos, além de outros dirigentes, em uma visita oficial inédita a Taiwan.
Após o encontro o eurodeputado francês Raphael Glucksmann, afirmou que o território "é a democracia mais viva da região" e que o grupo "foi levar a mensagem que Taiwan não está sozinho".
"A vossa democracia é crucial para os princípios da União Europeia, mas também para os interesses europeus de longo prazo", acrescentou.
A situação tensa entre Taiwan e China vem se agravando desde o governo de Donald Trump e segue com Joe Biden. Os Estados Unidos estão cada vez mais próximos ao governo do território, que Pequim considera como rebelde, mas ainda parte da "China Única".
O presidente Xi Jinping já afirmou que não mede os esforços, inclusive bélicos se necessários, para manter o território ligado a Pequim. No entanto, revelações da mídia norte-indica americanaram que há três unidades militares norte-americanas prestando treinamento para soldados locais.
Antes do G20, onde houve um encontro formal entre chanceleres, Biden disse que faria "de tudo" para proteger Taiwan. A situação na região está cada vez mais tensa, justamente, por conta da postura norte-americana de querer fazer frente com os chineses na região.