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Antony Blinken, o secretário de Estado dos EUA, afirmou que Washington e seus aliados procurarão maneiras de reagir ao teste de míssil antissatélite da Rússia conduzido na segunda-feira (15).
CC BY 2.0 / Força Aérea dos EUA |
"Os EUA trabalharão com nossos aliados e parceiros para procurar resposta a este ato irresponsável. Apelamos a todas as nações espaciais responsáveis para se unirem nos esforços para elaborar normas de comportamento responsável", afirmou Blinken.
O secretário de Estado apelou aos outros países para "absterem-se de realizar testes irresponsáveis e perigosos semelhantes aos que conduziu a Rússia".
Blinken sublinhou que o teste da arma antissatélite russa contradiz as declarações de Moscou contra a colocação de armas no espaço. O teste pôs em risco a segurança de pesquisas espaciais, dado que gerou milhares de destroços do alvo derrubado.
"Além disso, isso aumentará significativamente o risco para os astronautas e cosmonautas na Estação Espacial Internacional e outras atividades de voos humanos ao espaço", conforme o comunicado de Blinken.
Declarações 'hipócritas' dos EUA
O Ministério da Defesa da Rússia informou que na segunda-feira (15) realizou com sucesso um teste, derrubando o satélite inativo Tselina-D, que estava em órbita desde 1982. A Defesa russa sublinhou que os EUA sabem que os destroços gerados pelo teste não são perigosos para a EEI, naves e atividades espaciais.
O ministério russo afirmou que as declarações dos EUA, que acusaram a Rússia de criar "riscos" para a EEI e apelaram à elaboração de normas para explorações espaciais, são "hipócritas".
"O Ministério da Defesa da Rússia considera hipócritas as declarações dos porta-vozes do Departamento de Estado e do Pentágono, que tentaram acusar a Federação da Rússia de criar 'riscos' para os cosmonautas da Estação Espacial Internacional e apelaram para 'elaborar normas universais, que seriam adotadas pela comunidade internacional para explorar o espaço'", segundo o comunicado do ministério.
Em dezembro de 2020, o Comando Espacial norte-americano afirmou que a Rússia tinha conduzido um novo teste de míssil antissatélite. Em abril, o comando informou sobre outros testes russos de um míssil antissatélite.
Naquela época, a representante oficial da chancelaria russa disse que Washington tentou justificar com tais declarações seus próprios planos de colocar armas no espaço.
Vários países, incluindo os EUA, possuem armas antissatélite. Os Estados Unidos derrubaram em 1985, com um míssil ASM-135 ASAT lançado de um caça F-15 a 555 quilômetros de altura, seu satélite científico Solwind. Em 2008, o mesmo aconteceu com o satélite militar USA-193, que foi destruído por um míssil superfície-ar SM-3 a 247 quilômetros de altura.