Izvestia
"Outra confirmação de que Tashkent não considera isso de seu interesse", escreveu Pushkov em seu canal no Telegram.
Alexei Pushkov | Foto: IZVESTIA/Alexey Maishev |
Segundo ele, hoje mais e mais países "podem se dar ao luxo de dizer 'não' aos Estados Unidos em resposta às suas demandas".
Na quinta-feira, o chefe do serviço de informação do Ministério da Defesa da República Bakhrom Zulfikarov disse que o Uzbequistão não pretende implantar em seu território unidades antiterroristas dos Estados Unidos. Isso é proibido pela Constituição e não está previsto na doutrina de defesa do país, disse ele.
Em 14 de outubro, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, falou sobre a relutância dos países da Ásia Central em implantar as forças dos EUA ou de outras forças da OTAN em seus territórios.
Em 13 de outubro, foi relatado que os Estados Unidos tiveram conversações com o Uzbequistão e outros países fronteiriços ao Afeganistão que poderiam ajudar o lado americano a "proteger os interesses regionais no futuro". O Pentágono considerou implantar forças antiterrorismo no Uzbequistão para potenciais ataques contra posições extremistas no Afeganistão.
Em 12 de outubro, Lavrov disse que a OTAN, depois de se retirar do Afeganistão, busca remanetar forças para a Ásia e "aquecer" a situação na região. O ministro também observou o desejo da aliança de reimplantar forças para a Ásia Central, Sul ou Sudeste e enviar fluxos de refugiados afegãos para essas regiões.
Em 29 de setembro, o chefe do Comando Central (CENTCOM) das Forças Armadas dos EUA, general Kenneth McKenzie, disse que alguns países da Ásia Central veem na manutenção dos laços com os Estados Unidos uma possível alternativa à interação com a Rússia e a China. Durante sua visita ao Cazaquistão, ele participou de consultas com representantes do Uzbequistão, Cazaquistão, Tajiquistão e Quirguistão. A questão de como será a região "após a queda do Afeganistão" foi levantada.
Em 24 de agosto, Lavrov ressaltou que a Rússia não quer ver tropas americanas no território dos países da Ásia Central. Segundo ele, a implantação dos militares dos EUA significa a transformação instantânea dos países vizinhos em um alvo.
A situação no Afeganistão se agravou em maio de 2021 após o início da retirada das tropas americanas que estavam no país desde 2001. Militantes talibãs (uma organização terrorista proibida na Rússia) lançaram uma ofensiva contra as principais cidades do país e em 15 de agosto entraram em Cabul, anunciando o fim da guerra. O presidente afegão Ashraf Ghani deixou o país no mesmo dia.