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Os EUA não estão preparados para reabastecer suas forças em caso de um conflito com a China, adverte na quinta-feira (21) o portal Defense News.
© AP Photo / Especialista em comunicação de 2ª classe Russel Lindsey / Marinha dos EUA / Handout |
Segundo o comentário de Seth Cropsey and Harry Halem, colunistas da mídia norte-americana, existe uma enorme quantidade de mercadorias que transita no Indo-Pacífico, cuja disrupção poderia trazer à tona uma "depressão global" semelhante à vivida nos EUA e em grande parte do mundo nos anos 1930.
Assim, apesar de os EUA estarem "modificando suas forças de combate para contrariar a provável estratégia e estrutura de força da China", seriam necessários navios que transportassem os bens para os militares norte-americanos. De acordo com os autores do artigo, mesmo o Comando Militar do Selo, com 130 navios, é incapaz de fornecer o nível de ajuda necessário em um conflito de grande calibre, precisando ser suplementado por assistência civil.
No entanto, mesmo aí, diz o Defense News, a frota comercial dos EUA é composta por 182 embarcações, "menos da metade de 1% dos cascos comerciais globais", e até esses usam principalmente bandeiras de outros países, razão pela qual o país norte-americano construiu 5.777 navios de carga durante a Segunda Guerra Mundial. Além disso, a lei federal exige que o comércio intra-EUA seja feito em navios com bandeira dos EUA, obrigando a que parte deles seja usada para fins civis.
Por causa disso, é sugerido que sejam usados 46 navios da Força de Reserva Pronta (RRF, na sigla em inglês), que faz parte da Frota de Reserva da Defesa Nacional dos EUA, cada um dos quais pode usar mais que dez marinheiros, e que poderiam ser mobilizados em cinco a dez dias.
Além disso, "a frota logística dos EUA poderá ser mantida em combate" apenas se forem utilizados quase 12.000 dos 13.500 marinheiros profissionais americanos, deixando que os restantes operem a marinha mercante doméstica, o que representaria um certo sacrifício no número habitual dos últimos, diz a mídia.
Ainda assim, o número de marinheiros profissionais teria de ser aumentado em mais 4.000 em caso de o conflito durar mais que seis meses, ao mesmo tempo que a idade média de um marinheiro mercante é de 46 anos, e com tendência para aumento. Tudo isso significa que nas atuais condições os EUA não têm capacidade para reabastecer suas forças em um conflito de grandes potências prolongado, segundo as palavras dos colunistas.
Para contrariar a atual situação, o portal propõe que Washington aumente o financiamento de embarcações mercantes em pelo menos um terço, o que corresponderia às necessidades militares, e não levaria a cortes no transporte marítimo doméstico.