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O suposto assassinato por Israel do antigo legislador Midhat Saleh, nas Colinas de Golã controladas por Tel Aviv, poderia indicar uma nova etapa na "guerra contra a presença iraniana na vizinha Síria", de acordo com a agência AP.
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Midhat Saleh esteve aprisionado por 12 anos em Israel, até sua liberação em 1997. Então, ele fugiu para a Síria, onde foi membro do Parlamento sírio até 2005, quando recebeu a pasta das Colinas de Golã do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Yossi Yehoshua, correspondente militar do jornal israelense Yediot Ahronot, disse que Saleh "respondia diretamente aos iranianos", acusando, aparentemente, o ex-legislador de ajudar Teerã a construir suas capacidades contra Israel na Síria.
O ex-conselheiro de Segurança Nacional israelense Giora Eiland, por sua vez, contou para a Rádio do Exército que o suposto assassinato de Saleh, de 54 anos, significa que Israel pretendia enviar uma mensagem ao Irã.
Tal pensamento é semelhante ao de Yoel Guzansky, membro sênior e especialista em assuntos do Irã no Instituto de Estudos de Segurança Nacional, em Tel Aviv. Ele alegou que o suposto assassinato de Saleh por Israel envia uma mensagem poderosa ao Irã e à Síria, os advertindo contra atividades perto da fronteira israelense.
"Diz-se que temos muitas maneiras e muitas técnicas [...] Estamos de olho em vocês [Irã e Síria]", disse Guzansky, citado pela mídia.
O governo da Síria, por sua vez, classificou o assassinato do ex-legislador como "ato de agressão e terrorismo", acrescentando que "só vai aumentar a determinação do povo sírio em continuar a luta contra a ocupação [israelense] para libertar as Colinas de Golã".
Teerã e Tel Aviv não têm relações diplomáticas, uma vez que o Irã se recusa a reconhecer o Estado de Israel. Por sua vez, Israel está comprometido a fazer tudo o que for possível para impedir que a República Islâmica obtenha uma arma nuclear. Do mesmo jeito, Tel Aviv também acusa Teerã de fornecer armas a Damasco como meio de atacar o Estado judeu. Teerã nega ter presença militar na República Árabe além de seus conselheiros enviados a pedido de Damasco para ajudar o governo sírio a combater grupos terroristas.