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Recentemente, o Ministério da Informação do Sudão divulgou que os militares levaram em direção desconhecida o primeiro-ministro sudanês Abdalla Hamdok, que se recusou a apoiar o golpe de Estado. O premiê apelou aos cidadãos para defenderem a revolução saindo às ruas. Além dele, foram detidos vários ministros de seu gabinete, o governador de Cartum e outros funcionários.
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Segundo as palavras de al-Burhan, as Forças Armadas continuarão a transição democrática até a transferência do poder a um governo civil.
"Declaro o estado de emergência em todo o país [...] bem como a dissolução do Conselho Soberano e do gabinete de ministros", declarou al-Burhan em discurso televisionado. Além do mais, foram encerradas certas provisões da atual declaração constitucional, que tem estado em vigor a partir de 2019.
Conforme suas palavras, os eventos atuais já ameaçavam o Sudão.
Adicionalmente, al-Burhan prometeu formar um governo "competente" e criar outras instituições do Estado como o Supremo Tribunal, acrescentando que o Sudão permanece comprometido com os acordos internacionais que tinha assinado.
Em reação ao anúncio do general al-Burhan, o Ministério da Informação do país disse que ele efetivamente encenou um "golpe militar", segundo escreve a agência Reuters.
Na semana passada, na capital sudanesa e em outras cidades ocorreram diversos atos de protesto com demandas de transferência do poder das mãos dos militares. Em novembro expira o mandato do Conselho Soberano do Sudão transitório, que deve entregar o poder a um governo civil.
Em vários bairros de Cartum a Internet foi desligada e os militares bloquearam as pontes na capital. Ao mesmo tempo, os manifestantes tomaram algumas ruas e estão queimando pneus. De acordo com os dados do Comitê dos Médicos Sudaneses, que se opõe aos militares, 12 pessoas ficaram feridas em resultado de disparos contra manifestantes em Cartum.
França condena tentativa de golpe militar no Sudão
O presidente da França Emmanuel Macron, por sua vez, expressou seu apoio ao governo transitório do Sudão e exigiu a liberação imediata do primeiro-ministro que está agora em prisão domiciliar.
Em abril de 2019 ocorreu um golpe de Estado militar no país, desencadeado por protestos populares em massa que começaram em meio a uma profunda crise econômica e ao declínio da qualidade de vida. O então presidente Omar al-Bashir, que governou a nação africana durante 30 anos, foi removido do poder e mais tarde preso. No mesmo ano, o chefe do conselho militar de transição do Sudão, al-Burhan, assumiu o cargo de chefia do Conselho de Soberania do país.
Em setembro de 2021, as autoridades do Sudão informaram terem impedido uma tentativa de golpe militar. De acordo com o Comando das Forças Armadas, a maioria dos participantes da tentativa tinham sido presos, incluindo 21 oficiais e vários soldados. O premiê sudanês Abdalla Hamdok disse naquele momento que essa tentativa de golpe aponta a uma necessidade de reformas no Exército e nos órgãos de segurança. As autoridades indicaram os apoiadores do ex-presidente Omar al-Bashir como sendo os organizadores do motim.