Izvestia
Segundo ela, o coletivo Ocidente constantemente "joga" novas regras na agenda, passando-as como uma direita. A implicação é que a nova ordem mundial será baseada nessas novas regras.
Maria Zakharova | Foto: RIA Novosti/Assessoria de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia |
"E todo mundo adorou. Parei de gostar quando todos encontraram esse conceito na prática. Quando os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Austrália, sem pedir a ninguém, um dia surgiu uma nova aliança tripla que muda o alinhamento do mundo, < ... > em segurança coletiva e estabilidade internacional. Aqui, por alguma razão, essas novas regras, que ontem eram tão interessantes, não eram tão tentadoras", disse Zakharova no ar do programa "Evening with Vladimir Solovyov" no canal de TV "Russia 1".
O representante do departamento apontou que a base legal da ordem mundial era anteriormente a Carta das Nações Unidas (ONU).
"Ele (a base legal. — Ed.) foi discutido e adotado coletivamente, levando em conta a opinião de vários países, que muitas vezes não coincidiram uns com os outros, com base no compromisso e na consideração dos interesses, hoje as regras são carimbadas absolutamente caoticamente", ressaltou.
Segundo Zakharova, atualmente há uma luta entre os países já na fase de aprovação de novas regras, muitas vezes incompreensíveis até mesmo para seus autores.
"Parece que existem regras, mas parece que mesmo os próprios atores, os próprios países, não conseguem entender qual deles é o principal, dominante e o que é secundário", disse ela.
Na véspera do ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, falando da tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas (Assembleia Geral da ONU), disse que a parceria AUKUS é uma reação ao desejo de autonomia da UE.
"A imposição de uma "ordem baseada em regras" em vez de um cumprimento incondicional do direito internacional está repleta de recaídas perigosas da política do bloco, a criação de linhas divisórias entre um grupo de países ocidentais e outros estados", disse o chefe do departamento.
Em 22 de setembro, o primeiro-ministro australiano Scott Morrison anunciou o quão benéfica é a parceria da AUKUS para os países europeus. Ele lembrou as oportunidades para a União Europeia na região do Indo-Pacífico e listou quantos benefícios para a cooperação dos australianos com a Europa traz.
A Parceria trilateral de segurança – AUKUS – foi lançada em 15 de setembro de 2021 através da assinatura de um acordo entre representantes da Austrália, Reino Unido e EUA. Por causa de novas oportunidades, Canberra rescindiu com Paris um contrato para o fornecimento de submarinos no valor de US$ 66 bilhões e provocou um escândalo diplomático.