Izvestia
"A OTAN vem pedindo aos aliados europeus há anos que aumentem o financiamento para os gastos militares, a fim de estarem melhor posicionados para agir. Saúdo o fato de que os europeus começaram a investir mais. Mas isso não deve acontecer fora da OTAN ou criar concorrência", disse ele em entrevista ao canal de TELEVISÃO belga RTBF.
Foto: TASS/EPA/Valda Kalnina |
Stoltenberg destacou que as iniciativas relacionadas à criação das forças armadas devem se encaixar em esforços mais amplos que visam fortalecer a Aliança do Atlântico Norte para enfrentar a Rússia e a China.
Em 2 de setembro, o alto presidente de política externa e de segurança da UE, Josep Borrell, anunciou que o projeto final sobre defesa e segurança"Bússola Estratégica da União Europeia" estará pronto entre outubro e novembro. Foi apontado que, por projeto, o documento estará próximo da doutrina da União Europeia e do conceito estratégico da OTAN.
Por sua vez, o secretário-geral da Aliança do Atlântico Norte disse que a criação de uma força armada comum da União Europeia poderia resultar em efeitos negativos na forma de enfraquecer a OTAN e na separação da própria associação europeia.
Ele disse que a raiz do problema é a questão financeira, uma vez que 80% dos gastos com defesa da OTAN recaem sobre os aliados da aliança, que não estão incluídos na lista dos Estados-membros da UE. Nesta categoria estão os Estados Unidos, Grã-Bretanha, Islândia, Noruega, Canadá e Turquia, que ao mesmo tempo são atores-chave para garantir a segurança europeia.
Como observou o cientista político Vladimir Evseev em uma entrevista com Izvestia, a ideia de criar uma força armada comum da União Europeia é ditada pelo desejo dos países da UE de serem mais independentes dos Estados Unidos, mas é extremamente difícil imaginar um exército europeu.