France Presse
Os países europeus tinham advertido o governo malinês, à margem da Assembleia Geral da ONU esta semana, que não contratasse paramilitares do controverso grupo Wagner.
Bandeiras russas e malinesas são agitadas por manifestantes em Bamaco, durante manifestação contra a influência francesa no país © Michele Cattani |
Mas com a França pronta para reduzir sua presença militar no Mali, o chanceler russo disse que o governo do Mali estava se voltando para "empresas privadas russas".
"Trata-se de uma atividade realizada com uma base legítima", disse Serguei Lavrov a jornalistas. "Não temos nada a ver com isso".
Ele acrescentou que o governo maliense considerou que "suas próprias capacidades seriam insuficientes na ausência de apoio externo" e iniciou as discussões.
Segundo informes, o governo de Bamaco, dominado pelo exército, está prestes a contratar 1.000 paramilitares da empresa privada de segurança russa Wagner.
Mas o primeiro-ministro do Mali, Choguel Kokalla Maiga, acusou neste sábado a França de abandonar o país devastado pelo conflito com a decisão de reduzir suas tropas no terreno este ano.
Maiga disse perante a Assembleia Geral da ONU que lamentava o "anúncio unilateral" da França que, segundo ele, justifica que seu governo "procure outros sócios".
A empresa russa Wagner é considerada próxima do presidente Vladimir Putin e os países ocidentais a acusam de agir em nome de Moscou.
Paramilitares, instrutores de segurança privada e empresas russas têm se tornado cada vez mais influentes na África nos últimos anos, particularmente na conflituosa República Centro-africana, onde as Nações Unidas acusam os funcionários da Wagner de cometer abusos.
Moscou admite ter enviado "instrutores" para esse país, mas diz que não participam ativamente dos combates.
A Rússia insiste em que não há paramilitares na Líbia, apesar de o Ocidente afirmar o contrário.