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O terceiro avião atingiu uma parte do Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos EUA. O último, com o qual os terroristas teriam plenejado atacar a Casa Branca, caiu em um campo aberto após um confronto entre os passageiros da aeronave e os extremistas.
© AP Photo / Richard Drew |
Naquela época, Yatom já havia deixado o Mossad mas ainda era uma pessoa influente no organismo de segurança de Israel e tinha conexões a importante figuras políticas de Israel.
"Me lembro de estar no escritório. Quando vi um avião colidindo com o World Trade Center, eu imediatamente disse que não era um acidente. Era um ataque terrorista. Inicialmente, algumas pessoas estavam em dúvida. Quando o segundo avião atingiu o arranha-céu, todos perceberam que eu estava certo", disse.
O escopo do ataque e o fato de ter sido realizado em solo americano foi um choque. Era igualmente inimaginável para os EUA.
"Em sua própria investigação, os americanos chegaram à conclusão de que havia algumas pistas que indicavam que os terroristas executariam um ataque contra alvos dos EUA. Mas ninguém imaginou que o ataque seria realizado no coração dos Estados Unidos. Os americanos pensavam que eram imunes a tais ataques e que ninguém se atreveria a fazê-lo", observou Yatom.
Os ataques de 11 de setembro levaram a vida de quase 3.000 pessoas e cerca de 25.000 ficaram feridas. A tragédia causou ainda danos de US$ 2 trilhões (R$ 10,4 trilhões na cotação atual).
Em busca de conselhos
Quando a situação se acalmou, os EUA começaram a analisar o que deu errado. Com isso veio uma mudança na política.
"A tragédia mudou as abordagens ofensivas e defensivas da América, mudou seus procedimentos de segurança. Eles se tornaram mais meticulosos na verificação de viajantes, começaram a confiar mais na tecnologia, implementando muitos regulamentos sobre o que era proibido ou permitido em voo", comentou o ex-chefe de Mossad.
Pouco depois de deixar o Mossad, Yatom se tornou político e observou muitas delegações de todo o mundo irem a Israel em busca de conselhos.
"Eles estavam interessados em saber como nós garantíamos a segurança de nosso aeroporto. Eles estavam curiosos em saber como tratamos aqueles que embarcam em um avião, como classificamos pessoas e como determinamos quem pode representar perigo e quem não", explicou Yatom.
Segundo ele, agora, vinte anos após os ataques, o mundo não se tornou mais seguro, mas os políticos e o público tornaram-se mais conscientes dos perigos colocados pelos radicais. Também compreenderam que, para manter a segurança de seus países, precisavam ter a certeza de que havia estabilidade em outras partes do mundo.