France Presse
"Não defino uma data, mas estamos chegando a um ponto em que um retorno estrito ao cumprimento do [acordo nuclear] JCPOA não reproduz os benefícios alcançados por esse acordo", disse Blinken à imprensa na Alemanha, referindo-se ao tratado por suas siglas.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken © Olivier DOULIERY |
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) publicou na terça-feira um relatório em termos muito duros, no qual afirma que as tarefas de controle no Irã foram "seriamente prejudicadas" depois que Teerã suspendeu algumas inspeções da agência da ONU a suas atividades nucleares.
A Alemanha também destacou que reativar as negociações dentro de dois ou três meses, como sugere Teerã, é um prazo "muito longo", disse seu ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas.
O ministro afirmou que teve uma conversa telefônica com seu novo homólogo iraniano, para que Teerã "retorne o mais rápido [possível] à mesa de negociações".
Maas disse que Berlim espera que o novo governo do Irã siga apoiando os resultados das negociações até agora.
O ultraconservador Ebrahim Raisi se tornou o novo presidente iraniano em agosto, substituindo o moderado Hasan Rohani, principal artífice por parte do Irã do acordo de 2015.
O pacto ofereceu ao Irã a flexibilização das sanções ocidentais e da ONU em troca de permitir controles rigorosos de seu programa nuclear, supervisionado pela AIEA.
Em represália à retirada de Donald Trump do tratado, há três anos, e à reinstauração de duras sanções, o Irã foi abandonando a maioria de seus compromissos assumidos no acordo.