Poder 360
Esse foi o 1º encontro de um importante ministro israelense com Abbas em 7 anos. Benjamin Netanyahu, que governou o país até junho de 2021, classificava o líder palestino como um “incitador intransigente da violência” e nunca tentou uma aproximação.
Primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, foi apelidado de “Netanyahu-light” por abrir conversas com a palestina, mas sem fazer cedências © Reprodução/Twiiter - @naftalibennett |
Já o atual primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, enxerga o líder palestino como um aliado contra o Hamas. De acordo com o jornal, o objetivo da aproximação é promover a mudança de políticas discriminatórias, aumentar a segurança na região e levar benefícios econômicos à população. “A AP é o representante legítimo do povo palestino e estamos trabalhando para fortalecê-la”, explicou Gantz.
Contudo, Bennett impõe limites à aproximação. Estão descartadas, por exemplo, negociações de paz e criação de um Estado palestino. O posicionamento dos líderes de ambos os lados tem sido alvo de críticas. Benett foi apelidado de “Netanyahu-light”, enquanto a AP é questionada por concordar com as medidas.
O NYT reporta ainda que outros 2 ministros israelenses e o presidente Isaac Herzog também conversaram com Abbas. Pelo menos outros 5 ministros estiveram com autoridades palestinas.
Como resultado das negociações, segundo o ministro da cooperação regional de Israel, Esawi Frej, o país aprovou a construção de 1.000 casas palestinas em um território da Cisjordânia controlado pelos israelenses, emprestou US$ 156 milhões à AP e aumentou para 15.000 o número de trabalhadores palestinos autorizados a trabalhar em Israel, onde o salário mínimo é 3 vezes maior do que o da Cisjordânia.
Um oficial militar, que pediu para não ser identificado, disse ao NYT que o Exército israelense afrouxou o controle das áreas sob seu domínio e reduziu ataques a regiões sob o domínio dos palestinos. Além disso, eles discutem a implantação da tecnologia 4G nos territórios.
As mudanças promovidas por Bennett são drásticas se comparadas com as estratégias de Netanyahu, que era focado em acabar com a AP. As medidas do atual primeiro-ministro israelense, no entanto, não têm como ir muito mais longe. O governo é formado por partidos de oposição que não apoiam a aproximação e poderiam derrubá-lo.
Abbas, por sua vez, acaba ficando exposto a acusações de que ele teria abandonado o nacionalismo palestino ao negociar o resgate à economia com Israel.