O Irã deve conceder à agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) acesso a uma oficina no complexo TESA Karaj, conforme acordado duas semanas atrás, ou enfrentará retaliação diplomática no Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) dentro de alguns dias, disseram os Estados Unidos nesta segunda-feira.
VIENA - A oficina fabrica peças para centrífugas, máquinas que enriquecem urânio, e foi alvo de uma aparente sabotagem em junho, na qual uma das quatro câmeras da Agência Internacional de Energia Atômica foi destruída e outra gravemente danificada, e após este episódio, o Irã removê-las do local.
Bandeira do Irã na sede da Agência Internacional de Energia Atômica em Viena © Reuters |
TESA Karaj foi um dos vários locais para os quais o Irã concordou em conceder aos inspetores da AIEA acesso aos equipamentos de monitoramento de serviço da AIEA e substituir os cartões de memória quando deveriam ser preenchidos com dados, como filmagens. O acordo de 12 de setembro ajudou a evitar uma escalada diplomática entre o Irã e o Ocidente.
"Estamos profundamente preocupados com a recusa do Irã em fornecer à AIEA o acesso necessário para fazer a manutenção de seu equipamento de monitoramento, conforme acordado na Declaração Conjunta de 12 de setembro entre a AIEA e o Irã", uma declaração dos EUA ao Conselho de Governadores de 35 nações da AIEA disse nesta segunda-feira.
O documento foi uma resposta a um relatório do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, no domingo, que disse que o Irã havia concedido acesso aos locais conforme acordado em 12 de setembro, mas não à oficina, onde os inspetores da AIEA tiveram o acesso negado no domingo. Eles planejaram verificar se a oficina estava pronta para operar e reinstalar as câmeras, caso estivesse.
"Pedimos ao Irã que forneça à AIEA o acesso necessário sem mais demora", disse o comunicado dos EUA. "Se o Irã não fizer isso, iremos consultar de perto outros membros do conselho nos próximos dias sobre uma resposta apropriada."