Elis Franco | CNN
Toda estrutura de inteligência, que serve de proteção aos países, começou a ser rearticulada a partir do atentando de 11 de Setembro de 2001. É o que explica a professora e coordenadora do curso de relações internacionais da FAAP, Fernanda Magnotta.
“O 11 de Setembro ressignificou o conceito da guerra. A gente começou a falar sobre as tais guerras assimétricas. Ressignificou o sentido de ameaça. Nós passamos a olhar, não só para os países como rivais, mas também para estes atores transnacionais, de características descentralizadas, difíceis de combater, e para o que seria uma agenda prioritária de relações internacionais.”
Magnotta enfatiza que os ataques mudaram sobretudo a perspectiva de uma ideia de inviolabilidade do território norte-americano.
“Os Estados Unidos, embora já fossem uma superpotência, já tivessem vivido algumas guerras ao longo de sua história, de fato, não tinham, desde Pearl Harbour, enfrentado um ataque direto que fosse perpetrado por algum grupo externo.”
Ela explica, no entanto, que já havia um cálculo de que novas ameaças poderiam acontecer.
“Os atentados, em alguma medida, eram previsíveis. Há vários relatos, inclusive a partir da comissão especial que investigou o 11 de Setembro, que produziu um material bastante completo sobre tudo o que levou esse atentado, que sinalizava, tanto para movimentos da Al-Qaeda, quanto para grupos dentro e fora dos Estados Unidos, que teriam interesse ou intenções de perpetrar algo parecido.”
A professora lembra, inclusive, de uma explosão que ocorreu no próprio World trade Center em 1993. “Os olhos já tinham se voltado para esse, que era visto como um centro de poder dentro dos Estados Unidos.”
Como consequência dos ataques em 2001, ela enxerga uma reorganização completa das estruturas tanto do cotidiano, do cidadão comum, quanto do ponto de vista da estratégia de política externa norte-americana.