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Com isso, os extremistas já controlam 10 das 34 províncias afegãs, sendo a maioria delas controladas em apenas uma semana.
Ghazni é 10ª capital de província a cair nas mãos do Talibã | Foto: EPA / Ansa - Brasil |
"Eles tomaram o controle de áreas-chave da cidade: o gabinete do governador, o quartel general da polícia e a prisão. Mas, em algumas áreas, ainda há combates", disse o chefe do conselho provincial de Ghazni, Nasir Ahmad Faqiri.
A emissora Al Jazeera informou que o governador da província foi preso em Wardak pelas forças oficiais de Cabul porque teria feito um acordo com o Talibã, "entregando a cidade em troca de uma saída segura" da localidade.
"O governador decidiu fazer um acordo com o Talibã para sair em segurança e nós entendemos que a cidade foi dada para eles.
[Ele] foi preso por se entregar sem lutar", acrescentou a emissora citando fontes locais.
O avanço dos extremistas ocorre no momento em que os Estados Unidos estão finalizando a retirada de todas as tropas militares do território que invadiram há 20 anos, em processo que será encerrado em 31 de agosto.
Os norte-americanos entraram, junto com aliados internacionais no país, para combater o Talibã por conta dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. No início de 2019, o então presidente Donald Trump fechou um acordo com os líderes do grupo, que também tem uma vertente política, para encerrar uma das "guerras eternas".
O atual mandatário, Joe Biden, decidiu manter o pacto e anunciou a retirada dos soldados. Em entrevista recente, o democrata disse que "não se arrepende" da decisão porque os EUA treinaram os militares locais e que era hora da política "se unir" para derrotar o Talibã. Porém, uma fonte da Casa Branca informou que Cabul deve ser dominada pelo grupo "em até 90 dias".
Por sua vez, o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, acusou a saída "abrupta" dos norte-americanos como principal causa do avanço dos grupos. O governo do Paquistão, que está na fronteira, também acusa os EUA de deixar "uma bagunça" após 20 anos de ocupação.
Negociação política
De acordo com fontes políticas ouvidas pela AFP e pela Al Jazeera, os negociadores de Cabul propuseram o "compartilhamento" de poder em troca do fim da violência no país.
A ideia é que o Catar seja o mediador das negociações, mas ainda não há resposta dos líderes do Talibã.
França também suspende expulsões
A ideia é que o Catar seja o mediador das negociações, mas ainda não há resposta dos líderes do Talibã.
França também suspende expulsões
Após a notícia de que a Alemanha suspendeu as expulsões de migrantes irregulares do Afeganistão, a França também informou que, desde o início de julho, parou de enviar os afegãos de volta ao seu país natal.
"Visto a piora da situação de segurança no Afeganistão, a França suspendeu os envios para o país desde o início de julho.
Seguimos avaliando a situação muito proximamente, em parceria com os nossos parceiros europeus", disse o Ministério do Interior em nota.
Diversos países da União Europeia também estão seguindo a medida, como os Países Baixos, Áustria, Bélgica, Dinamarca e Grécia. Eles até haviam feito um pedido formal para a UE para poder prosseguir com as expulsões, mas decidiram, por conta própria, voltar atrás enquanto a situação continuar grave.
Dados do bloco mostram que, até julho, cerca de 1,2 mil afegãos foram enviados de volta ao país, sendo que mil foram definidas como "partidas voluntárias" e 200 "forçadas". Em 2020, conforme o Eurostat, os cidadãos do Afeganistão ficaram no segundo lugar na quantidade de pedidos de asilo, representando 10,6% dos pedidos. Em números totais, foram cerca de 44 mil solicitações.
"Visto a piora da situação de segurança no Afeganistão, a França suspendeu os envios para o país desde o início de julho.
Seguimos avaliando a situação muito proximamente, em parceria com os nossos parceiros europeus", disse o Ministério do Interior em nota.
Diversos países da União Europeia também estão seguindo a medida, como os Países Baixos, Áustria, Bélgica, Dinamarca e Grécia. Eles até haviam feito um pedido formal para a UE para poder prosseguir com as expulsões, mas decidiram, por conta própria, voltar atrás enquanto a situação continuar grave.
Dados do bloco mostram que, até julho, cerca de 1,2 mil afegãos foram enviados de volta ao país, sendo que mil foram definidas como "partidas voluntárias" e 200 "forçadas". Em 2020, conforme o Eurostat, os cidadãos do Afeganistão ficaram no segundo lugar na quantidade de pedidos de asilo, representando 10,6% dos pedidos. Em números totais, foram cerca de 44 mil solicitações.