France Presse
O ministério da Defesa tuitou que "um voo final transportando o pessoal das Forças Armadas britânicas deixou Cabul", mensagem acompanhada de uma foto de soldados aparentando cansaço embarcando no avião.
Tropas britânicas desembarcam de um voo de Cabul na base aérea Brize Norton em Oxfordshire © Alastair Grant |
Horas antes, o Reino Unido tinha enviado seu último avião para retirar civis do Afeganistão e destinou seus últimos esforços para a evacuação do pessoal diplomático e militar restante antes da data limite de 31 de agosto para a saída das tropas americanas.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, agradeceu a todos os que participaram da operação e destacou que em pelo menos duas semanas foram retiradas 15.000 pessoas.
"Quero agradecer a todos aqueles envolvidos e às milhares que serviram ali nas duas últimas décadas", disse em mensagem nas redes sociais.
O comandante das forças armadas do Reino Unido, general Nick Carter, disse que a operação de retirada "saiu tão bem quanto possível", mas que foi "desolador" não ter "podido tirar todos".
Carter calculou que o número de afegãos elegíveis que não foram evacuados era "de umas centenas".
O ministro da Defesa, Ben Wallace, tinha estimado anteriormente que entre 800 e 1.100 afegãos elegíveis para realocação sob o esquema do Reino Unido "não conseguiram" sair.
Um dos últimos a deixarem Cabul foi o diretor britânico da organização beneficente de animais Nowzad, Paul ou "Pen" Farthing, cuja campanha para retirar 200 gatos e cães em um avião fretado privadamente provocou polêmica no Reino Unido.
"Estamos aliviados em confirmar que Pen e os animais de Nowzad deixaram o Afeganistão à tarde e estão a salvo", reportou a organização no Twitter.
A insistência de Farthing em tirar os animais enquanto muitos afegãos ficaram para trás, inclusive alguns funcionários da Nowzad, foi amplamente criticada no Reino Unido.
O encarregado do comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Comuns, Tom Tugendhat, explicou à LBC Radio que um tradutor afegão que trabalhou para o Reino Unido tinha lhe perguntado: "Por que meu filho de cinco anos vale menos que um cão?".