France Presse
"Desde o início de julho há indícios, incluindo a descarga de água de resfriamento, consistentes com o funcionamento do reator", afirmou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em seu relatório anual.
O dirigente norte-coreano Kim Jong Un propôs desmantelar o complexo nuclear de Yongbyon durante o segundo encontro com o então presidente americano Donald Trump em 2019 © STR |
O dirigente norte-coreano, Kim Jong Un, propôs em 2019 desmantelar parte do complexo de Yongbyon, a principal instalação nuclear do país, em sua segunda reunião de cúpula com o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em troca de uma redução das sanções internacionais, mas a oferta foi rejeitada.
Desde dezembro de 2018, o reator parecia inativo, afirma o relatório da AIEA, com data de sexta-feira 27 de agosto.
Os inspetores da agência da ONU foram expulsos da Coreia do Norte em 2009 e, desde então, precisam monitorar a atividade nuclear norte-coreana a partir do exterior.
A possível operação do reator é mais um sinal recente de que Pyongyang está usando um laboratório radioquímico próximo ao local para separar o plutônio do combustível usado retirado previamente do reator.
Os dois fatos são "profundamente preocupantes" e as atividades representariam uma "clara violação" das resoluções da ONU, afirmou a AIEA.
Um alto funcionário do Departamento de Estado americano afirmou que Washington estava a par do relatório e está coordenando suas ações com outros países aliados.
"Este relatório destaca a necessidade urgente de diálogo e diplomacia para que possamos conseguir a completa desnuclearização da península da Coreia", afirmou à AFP esta fonte do Departamento de Estado.
"Nós continuamos buscando o diálogo com a Coreia do Norte para abordar esta atividade relatada e toda a série de questões relacionadas à desnuclearização", completou.
Localizado 100 quilômetros ao norte da capital Pyongyang, Yongbyon abriga o primeiro reator nuclear do país e é a única fonte conhecida de plutônio para seu programa armamentista.
Porém, analistas suspeitam que não é a única instalação de enriquecimento de urânio da Coreia do Norte.
Submetida a várias sanções internacionais, a Coreia do Norte suspendeu os testes nucleares e de mísseis em 2018 durante a aproximação diplomática com os Estados Unidos, que está paralisada.
Em janeiro de 2020, o regime comunista anunciou o fim da moratória autoimposta e executou desde então uma série de lançamentos de mísseis de curto alcance. O país não realiza um teste nuclear desde 2017.