Por Redação Forças de Defesa
O exercício Zapad/Interaction-2021 será realizado na Base Conjunta de Treinamento Tático Qingtongxia na Região Autônoma de Ningxia Hui, noroeste da China, do início a meados de agosto, com o tema de salvaguardar conjuntamente a segurança e estabilidade regional, disse o coronel sênior Wu Qian, porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, em entrevista coletiva regular na quinta-feira.
É a primeira vez que a China sediará um exercício conjunto com outro país desde o surto do COVID-19 em 2020, e a primeira vez que o nome Zapad/Interaction será usado para um exercício, disseram os observadores.
Os dois lados estabelecerão quartéis-generais conjuntos, já que o Comando do Teatro Ocidental do Exército de Libertação Popular da China (PLA) e o Distrito Militar Oriental da Rússia enviarão mais de 10.000 militares, vários tipos de aeronaves, peças de artilharia e equipamentos blindados em exercícios para testar o reconhecimento conjunto, alerta antecipado, ataque de informações eletrônicas e capacidades de ataque, disse Wu.
A julgar pelas tropas participantes, equipamentos relacionados e assuntos de exercício, o Zapad/Interaction 2021 é um exercício estratégico em grande escala com algumas das armas e equipamentos mais avançados do mundo, bem como táticas, disse ao Global Times um especialista militar chinês, que pediu para permanecer anônimo.
Poderá se tornar uma série frequente de exercícios, previu o especialista.
Desde 2018, a China participou dos exercícios estratégicos Vostok-2018, Tsentr-2019 e Kavkaz-2020 na Rússia. Esta também será a primeira vez que a China sediará um exercício estratégico que verá um militar estrangeiro convidado, e a primeira vez que as forças russas entrarão na base militar de Qingtongxia, disseram observadores.
O objetivo do exercício é consolidar a parceria estratégica abrangente em uma nova era entre a China e a Rússia, aprofundar a cooperação pragmática e a amizade tradicional entre os dois grupos militares e ainda mostrar a determinação e capacidade de ambos os lados para combater as forças terroristas e manter paz e segurança, disse Wu.
A China e a Rússia estão mantendo exercícios anuais regulares, apesar das dificuldades colocadas pelo COVID-19, e isso refletiu a necessidade de aumentar as capacidades conjuntas dos dois grupos militares para lidar com os desafios regionais e globais em situações especiais. A guerra pode acontecer apesar de uma pandemia, ou uma pandemia pode acontecer durante uma guerra, disse um especialista chinês em assuntos internacionais ao Global Times, solicitando o anonimato.
O exercício indica um novo nível de cooperação militar a militar, bem como um alto nível de confiança mútua política, disse o especialista.
Na quarta-feira, o conselheiro de Estado chinês e ministro da Defesa Wei Fenghe conversou com o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, em Dushanbe, no Tajiquistão, durante a participação na Reunião de Ministros da Defesa dos Estados Membros da Organização de Cooperação de Xangai.
Wei e Shoigu mencionaram as mudanças nas situações no Afeganistão e na Ásia Central, bem como a importância de salvaguardar a segurança e a estabilidade regionais.
O exercício também leva em consideração a mudança da situação no Afeganistão, disse o especialista chinês em assuntos internacionais, observando que a retirada irresponsável das tropas americanas do Afeganistão deixou um fardo para os países vizinhos. Como grandes potências, a China e a Rússia precisam cumprir seus papéis, conjuntamente salvaguardar a paz e a estabilidade regionais e prevenir o desenvolvimento de forças terroristas na região.
De um ponto de vista global, tanto a China quanto a Rússia estão enfrentando a repressão dos EUA, o que levou ao aumento da cooperação militar dos dois países por meio de exercícios conjuntos, disse o especialista.
Embora os EUA estejam deixando o Afeganistão, a presença de militares americanos ainda estará lá, assim como na Ásia Central e do Sul, então China e Rússia precisam se preparar para defender conjuntamente seus corredores estratégicos, disse o especialista.
Shoigu é convidado a participar do exercício conjunto, de acordo com relatos da mídia russa. Esta também será a primeira vez que Shoigu visitará a China para um exercício militar, disseram os observadores.
FONTE: Global Times