Izvestia
Ele ressaltou que o incidente com o destruidor britânico foi "uma provocação pré-planejada que foi interrompida".
HMS Defender D36 | Foto: REUTERS/Sergey Smolentsev |
Popov ressaltou que a Rússia continuará a suprimir tais ações pelos métodos mais rigorosos, independentemente da afiliação estatal do infrator.
"Sugerimos que nossos oponentes pensem muito sobre se devem organizar tais provocações, levando em conta as capacidades das Forças Armadas russas", disse o secretário-adjunto do Conselho de Segurança russo em entrevista à Rossiyskaya Gazeta.
Segundo ele, a reação a este evento de altos funcionários do Reino Unido é intrigante. O secretário-adjunto mencionou as declarações de Londres de que o país continuaria a buscar a "liberdade de navegação" pelos mesmos métodos.
"Isso implica que tais ações provocativas dos navios britânicos não são excluídas no futuro. No entanto, não haverá membros do governo britânico em navios e embarcações usados para fins provocativos. E a este respeito, quero perguntar ao mesmo [primeiro-ministro] Boris Johnson ou ao [ministro britânico das Relações Exteriores] Dominic Raab: o que eles serão capazes de responder às famílias dos marinheiros britânicos, para que tais "grandes" ideias os marinheiros sofrerão?", perguntou Popov.
Ele também ressaltou que a OTAN usa sua frota para pressão provocativa contra a Rússia.
"Gostaria de notar que, infelizmente, como instrumento de pressão provocativa sobre a Rússia, as forças da frota dos Estados da OTAN foram escolhidas com base em uma interpretação arbitrária das disposições do direito marítimo internacional e das tradições navais estabelecidas", disse o secretário-adjunto.
A política do Ocidente visa o agravamento deliberado das tensões militares perto das fronteiras com a Rússia, ele está convencido. Assim, nos recentes exercícios da OTAN Defender Europe-2021, foram trabalhadas opções para superar zonas de restrição de acesso russas nas regiões do Mar Negro e do Báltico, disse Popov.
"As atividades de inteligência de estados estrangeiros aumentaram significativamente. Assim, o reconhecimento aéreo do território da Federação Russa em 2020 foi conduzido por mais de 1 mil aeronaves de reconhecimento e veículos aéreos não tripulados de reconhecimento de estados estrangeiros", disse.
Nessas condições, a Rússia pretende continuar fortalecendo sua capacidade de defesa, enfatizou o secretário-adjunto.
"No contexto de enfraquecer a influência das instituições internacionais, é relevante reduzir a eficácia do sistema de segurança global e regional, bem como a comissão de ações hostis por estados estrangeiros, a tarefa de proteger os interesses nacionais e cidadãos do nosso país fora de seu território é relevante, o que se reflete na nova edição da Estratégia Nacional de Segurança", acrescentou.
Em 23 de junho, a Frota do Mar Negro da Federação Russa, juntamente com o serviço de fronteira da FSB, parou a violação da fronteira do estado russo pelo destruidor britânico Defender. O navio cruzou a fronteira estadual da Federação Russa e entrou no mar territorial perto do Cabo Fiolent por 3 km.
O Ministério da Defesa da Federação Russa considerou o incidente como uma grave violação da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982 e pediu ao lado britânico que conduzisse uma investigação minuciosa sobre as ações da tripulação da Defensoria. A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, ressaltou que o incidente é uma provocação clássica.
Ao mesmo tempo, em 1 º de julho, soube-se que o Ministério da Defesa britânico deliberadamente enviou o defensor destruidor para as costas da Crimeia, com o objetivo de provocar a Rússia. Isso é evidenciado por documentos secretos que foram encontrados em um ponto de ônibus em Kent.
Em 7 de julho, o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, disse que os navios da Marinha do país continuarão a entrar nas "águas territoriais da Ucrânia". Segundo ele, o país tinha todo o direito de "realizar uma passagem tão pacífica de acordo com o direito internacional".
Esta declaração de Raab causou preocupação no Kremlin, como afirma o secretário de imprensa do Presidente da Rússia, Dmitry Peskov. Segundo ele, os serviços de fronteira russos executarão todas as ações necessárias em caso de recorrência de tais incidentes.