France Presse
A delegação chegou à Venezuela há uma semana para avaliar a possibilidade de implantar uma missão de observação nas eleições de prefeitos e governadores de 21 de novembro, em convite feito pelo presidente Nicolás Maduro ao bloco.
O Ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, em 4 de abril de 2021 |
“Um agradável encontro com a missão exploratória eleitoral da União Europeia, às vésperas das próximas mega-eleições que acontecerão na Venezuela”, escreveu o general Vladimir Padrino, chefe das Forças Armadas Bolivarianas (FANB), principal pilar do governo chavista.
“Reiteramos nossa vocação democrática e o papel fundamental que a FANB terá na garantia da paz”, afirmou o chefe militar em exercício desde 2014.
Anteriormente, os delegados se reuniram com a diretoria do TSJ, também de linha governamental. "Nosso objetivo é a paz e o respeito pela vontade de um povo", declarou o presidente da mais alta corte do país, Maikel Moreno, em um comunicado.
A UE não comentou a reunião. A AFP pediu um comentário sobre a agenda de ambas as reuniões, mas ainda não obteve resposta.
Não está claro se as prisões do líder Freddy Guevara ou do ativista Javier Tarazona, que dirige uma ONG que acusa o governo de Maduro de apoiar grupos armados na fronteira com a Colômbia, foram discutidas nessas reuniões.
Tarazona foi preso no dia 2 de julho, enquanto Guevara, integrante do grupo de oposição que se reuniu na semana passada com a delegação europeia, foi preso na segunda-feira a pedido do Ministério Público por "traição à pátria" e " terrorismo".
Guaidó, por sua vez, reconhecido como o presidente interino da Venezuela por cinquenta países, conversou com os delegados da UE na terça-feira.
As prisões acontecem no momento em que a oposição e o governo buscam sentar e retomar as negociações que contemplam a revisão das sanções internacionais que sufocam o governo de Maduro.
Uma comissão europeia já visitou a Venezuela em 2020 para pedir o adiamento das eleições legislativas desse ano para que uma missão de observação pudesse estar presente para averiguar o processo. No entanto, as eleições foram realizadas, apesar do boicote da oposição que deixou o caminho para o chavismo retomar o controle do Parlamento por uma maioria esmagadora.
A UE considera que a Assembleia Nacional eleita em 2015, presidida por Guaidó e cujo mandato terminou em janeiro de 2021, é “a última expressão livre dos venezuelanos em um processo eleitoral”.