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De acordo com o Japan Times, nos últimos meses a Índia moveu tropas e esquadrões de caças para três áreas ao longo da fronteira com a China, onde atualmente se encontram cerca de 200 mil militares indianos.
© AFP 2021 / Tauseef Mustafa |
Questionadas sobre o assunto, as autoridades indianas não responderam ou comentaram as ações.
A presença militar indiana tem o objetivo de bloquear os movimentos chineses. Além disso, a reposicionamento vai permitir que os comandantes indianos tenham mais opções para atacar e tomar o território chinês, caso uma estratégia conhecida como "defesa ofensiva" seja necessária, afirmou uma fonte militar ao Japan Times.
Recentemente, a Índia detectou que a China estava movendo forças adicionais do Tibete para o Comando Militar de Xinjiang, responsável pelo patrulhamento das áreas disputadas ao longo do Himalaia.
Vizinhas, China e Índia não têm uma fronteira demarcada na região de Ladakh, sendo a separação entre os dois países estabelecida pela Linha de Controle Real, criada após a guerra de 1962 entre Nova Deli e Pequim.
Desde então, vários conflitos fronteiriços ocorreram ao longo das décadas. Em maio de 2020, a China surpreendeu a Índia ao desviar tropas de seus exercícios anuais para realizar várias incursões no leste de Ladakh.
Cerca de 250 soldados chineses e indianos se enfrentaram na noite de 5 de maio na zona do lago Pangong Tso, deixando mais de 100 feridos de ambos os lados.
A atual manobra segue um período de relativa calma após um verão de combates no ano passado que viu a Índia perder o controle sobre cerca de 300 quilômetros quadrados ao longo do disputado terreno montanhoso. O pior confronto, em junho, deixou 20 soldados indianos e quatro chineses mortos.
A região montanhosa de Kailash, em Ladakh, se tornou altamente disputada quando o Exército indiano ocupou certos montes estratégicos com vista para as posições chinesas em agosto do ano passado. Isso foi feito para conter as alegadas incursões da China ao longo da margem norte do lago Pangong Tso.
A Índia está intensificando a cooperação de segurança com outros parceiros do grupo Quad - os EUA, Japão e Austrália - para ganhar vantagem sobre a China.
Ainda assim, apesar da mudança estratégica da Índia e dos movimentos de tropas, a China mantém uma vantagem ao longo da fronteira, disse Sana Hashmi, da Fundação de Intercâmbio Taiwan-Ásia, sediada em Taipé.