Sputnik
O think tank com sede em Hong Kong divulgou nesta quarta-feira (19) um relatório sobre as relações no estreito que separa a China da ilha de Taiwan. De acordo com o documento, reporta South China Morning Post, os analistas levaram em consideração vários fatores, incluindo a força militar de ambos os lados, relações comerciais, opinião pública, eventos políticos e apoio de aliados.
USS John S. McCain, destróier de mísseis guiados, em operações marítimas no estreito de Taiwan © FOTO / MARKUS CASTANEDA, ESPECIALISTA EM COMUNICAÇÃO DE MASSA DE 2ª CLASSE |
Os especialistas concluíram que os países estão "à beira de uma guerra".
A conclusão dos analistas é baseada no índice do nível de risco de conflito armado calculado para o estreito, tendo o nível sido avaliado em 7,21 para o ano de 2021, em uma escala de menos dez a dez.
Conforme o relato, o índice só vem crescendo desde 2000, quando o Partido Democrático Progressista, em busca de independência, tomou o poder em Taiwan.
Em 2018, o índice já correspondia a seis, diante do apoio de Donald Trump, então presidente dos EUA, a uma abordagem antagonista à China e da busca trumpista por relações mais próximas com Taiwan.
Embora os Estados Unidos, como a maioria das nações, não tenham laços diplomáticos formais com a ilha, Washington é importante aliado internacional e vendedor de armas a Taiwan.
Neste mês, o jornal The Economist, por sua vez, rotulou o estreito de Taiwan como "o lugar mais perigoso da Terra", já que este é o assunto territorial mais sensível para Pequim e o ponto de tensão mais aguda entre a China e os Estados Unidos.
Pequim classifica a ilha autogovernada Taiwan como seu território e não exclui o uso de força para impor controle chinês, se irritando, de acordo com o veículo de imprensa, com o aquecimento dos laços entre Washington e Taipé.
Para o diretor do think tank Lei Xiying, a mudança na dinâmica política na região e as relações mais próximas entre os EUA e Taiwan correspondem aos dois "fatores destrutivos" que fomentaram o risco de conflito.
"Se a tendência atual continuar, a unificação de Taiwan pela força será apenas uma questão do tempo", afirmou.
O pesquisador aposentado da organização taiwanesa Academia Sinica, Lim John Chuan-tiong, concorda com Xiying.
"Mas, considerando agora situação explosiva, enormes incertezas e riscos envolvidos se alguém fizer um julgamento errado ou um movimento errado, não é errado afirmar que o risco em todo o estreito de Taiwan atingiu um nível sem precedentes", ressaltou o especialista.
As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik