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Pentágono já confirmou que o primeiro destino do navio será a ilha Saipan – a maior das ilhas Marianas do Norte, no Pacífico Ocidental.
© Foto / Facebook do Surface Warriors |
De acordo com especialistas em defesa, o recente comissionamento de uma "base naval flutuante" dos EUA abre a possibilidade de aumento de rivalidade com a China em zonas marítimas controladas por Pequim, mesmo a base podendo ser utilizada principalmente em missões de combate de baixa intensidade e não bélicas, escreve o jornal China South Morning Post.
USS Miguel Keith é uma embarcação modular semissubmersível com capacidade de realizar operações logísticas de grande escala, participar de combates, servir como um posto de comando e inclusive como um porto flutuante.
O navio tem capacidade de transportar cerca de 100 marinheiros e 44 civis, além de ser suficientemente grande para carregar as aeronaves de maior porte da Marinha dos Estados Unidos.
Timothy Heath, especialista em segurança do think tank norte-americano de análise estratégica RAND Corporation, afirmou que o USS Miguel Keith melhoraria a flexibilidade operacional e a capacidade de sobrevivência das forças navais e anfíbias norte-americanas.
"O novo navio permite que os EUA estabeleçam uma base marítima em muitas partes do mundo sem a necessidade de portos terrestres e infraestrutura", comentou Heath.
"E também significa que as forças dos EUA podem ser apoiadas em locais marítimos imprevisíveis, o que melhora a capacidade de sobrevivência já que as bases marítimas são mais difíceis de encontrar e atacar do que as terrestres", explicou.
Durante a cerimônia de comissionamento, o almirante Craig Faller, do Comando Sul dos EUA, anunciou que a embarcação poderia ser implantada em lugares como o Caribe, mar do Sul da China ou estreito de Ormuz.
Por sua vez, Collin Koh, pesquisador da Escola de Estudos Internacionais S. Rajaratnam, da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, ressaltou que, levando em consideração as capacidades da plataforma, é provável que Pequim considere a embarcação "um desafio direto ao seu empenhamento no controle do mar do Sul da China".
"Tal implantação poderia significar potencialmente mais possibilidade de encontros entre as forças chinesas e dos EUA que operam na área", afirmou.