Deutsch Welle
Manifestações pró-Palestina e anti-Israel ocorrem em várias cidades alemãs neste sábado (15/05), incluindo Berlim, Frankfurt e Hamburgo.
Manifestantes em Berlim |
Mais de 1.000 pessoas se reuniram em Frankfurt para protestar depois que um tribunal derrubou uma proibição imposta pelas autoridades municipais contra o movimento.
A prefeitura argumentava que o protesto poderia colocar em risco a segurança pública e se tornar o "ponto de partida para declarações, ameaças e atos antissemitas".
Vários incidentes do tipo foram relatados em Frankfurt nos últimos dias. A manifestação foi dispersada após participantes atiraram objetos contra policiais. Cerca de 700 pessoas se reuniram na cidade em uma contrademonstração em apoio a Israel.
Protestos pró e contra também aconteceram no centro de Leipzig na tarde de sábado. A polícia disse que cerca de 400 pessoas participaram de uma manifestação pró-Palestina, enquanto cerca de 200 pessoas se reuniram numa manifestação pró-Israel. Um porta-voz da polícia disse que a atmosfera se tornou brevemente tensa entre os dois lados, mas posteriormente a situação se acalmou.
Milhares de pessoas também se reuniram no distrito de Neukölln, em Berlim, no início da tarde, marchando até a subprefeitura e agitando bandeiras palestinas.
A polícia disse que algumas garrafas e outros objetos foram jogados contra agentes que tentaram interromper a manifestação quando foi observado que os participantes não estavam mantendo o distanciamento social mínimo.
As manifestações foram organizadas enquanto o bombardeio de Israel à Faixa de Gaza e os ataques de foguetes contra Israel pelo grupo Hamas se intensificam.
Pelo menos 136 pessoas foram mortas no território palestino desde o início das hostilidades na segunda-feira, incluindo 34 crianças. Nove pessoas em Israel foram mortas. Centenas de pessoas ficaram feridas em ambos os lados.
Os protestos pró-Palestina de sábado também marcam o Dia Nakba (dia da "catástrofe"), como os palestinos se referem à data de criação de Israel em 1948.
Advertência contra antissemitismo
O governo da Alemanha tem alertado os manifestantes para que os protestos não se transformem em uma plataforma para o antissemitismo.
A Alemanha respeita o direito de manifestação, mas "quem vier a usar esses protestos para proclamar seu ódio aos judeus estará abusando de seu direito de protestar", advertiu na sexta-feira a chanceler federal Angela Merkel, de acordo com o porta-voz do governo Steffen Seibert.
"Nossa democracia não sofrerá" protestos antissemitas, disse Seibert, citando Merkel.
Já o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier disse à edição de sexta-feira do tabloide Bild: "Quem queima bandeiras da Estrela de David ou grita slogans antissemitas em nossas ruas não está apenas abusando do direito de manifestação, mas também cometendo um crime".
"Não queremos, nem vamos tolerar o ódio aos judeus", acrescentou Steinmeier.
Preocupação com a segurança dos judeus alemães
Vários incidentes antissemitas e anti-Israel foram relatados na Alemanha desde o início do novo conflito no Oriente Médio. Bandeiras de Israel foram incineradas em Bonn, Dusseldorf e Munster, no estado da Renânia do Norte-Vestfália.
Na cidade de Gelsenkirchen, no mesmo estado, 180 pessoas marcharam da estação de trem até uma sinagoga, gritando slogans antissemitas.
O embaixador de Israel na Alemanha, Jeremy Issacharoff, pediu na sexta-feira que as autoridades alemãs "façam tudo para garantir a segurança de nossa comunidade".
"Foi terrível ver o ódio expresso aos judeus alemães e às sinagogas nos últimos dias", disse Felix Klein, o comissário do governo alemão para combate ao antissemitismo, à DW na sexta-feira. "Torná-los responsáveis pelos atos do governo israelense não é aceitável de forma alguma", disse ele.
Klein pediu medidas de segurança adicionais para proteger as instituições judaicas e espera que aqueles que cometem crimes antissemitas sejam responsabilizados por seus atos.