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As ações no Oriente Médio, historicamente, reverberam com força na França, principalmente nas cidades onde há um grande número de imigrantes judeus e muçulmanos.
Palestinos reunidos perto de prédios destruídos pelos ataques aéreos em meio ao surto de violência entre Israel e a Palestina, na Faixa de Gaza, 13 de maio de 2021 © REUTERS / MOHAMMED SALEM |
Nesta sexta-feira (14), o país viveu uma nova escalada de tensões, no esteio de uma decisão do ministro do Interior, Gérald Darmanin, que proibiu uma manifestação pró-Palestina em Paris, escreve a Rádio França Internacional.
O ato em apoio aos palestinos estava previsto para este sábado (15). Gérald Darmanin, ao cancelar o evento unilateralmente, alegou "riscos de ameaças à ordem pública".
As autoridades francesas querem evitar cenas de violência como as registradas em 2014, durante um protesto contra a ofensiva israelense à Faixa de Gaza.
A atual escalada de tensões entre Israel e o Hamas, que controla o território palestino, provoca reações acaloradas tanto da esquerda quanto da direita francesa.
O senador considerado de esquerda Pierre Laurent denunciou a "colonização sistemática e ilegal de Jerusalém Oriental pelo poder extremista de Netanyahu, por um exército de ocupação e por colonos fanáticos".
"A França é o único país do mundo onde todas as manifestações de apoio aos palestinos e de protesto contra o governo de extrema direita israelense são proibidas. O único objetivo dessa decisão é provocar incidentes e estigmatizar essa causa", acusou o líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon.
A Associação Palestinos de Paris, que convocou o ato, fala "em provocação, ataque à democracia e cumplicidade da França com o Estado de Israel". A entidade vai entrar com recurso na Justiça nesta sexta-feira (14) contestando a proibição.
Já os líderes do partido Os Republicanos, de direita, apoiaram a interdição da manifestação. A conservadora Valérie Pécresse chamou o Hamas de grupo terrorista, e enfatizou que a reação de Israel é legítima.
Macron, por sua vez, teve uma conversa pelo telefone com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e prevê ainda uma discussão com o premiê Benjamin Natanyahu para frisar a "urgência em relançar decisivamente as negociações e retomar a paz".