Por Redação Forças de Defesa
A fábrica, responsável por produzir seis subconjuntos de aeroestruturas para o Gripen, novo caça da Força Aérea Brasileira, utiliza tecnologia digital no processo de manufatura das peças através método de definição baseado em modelos, conhecido como MBD (do inglês, Model Based-Definition).
O MDB faz parte de um Sistema de Qualidade já utilizado pela empresa em Linköping e garante que as informações estejam sempre atualizadas. Para a realização das atividades no Brasil, o formato de execução foi adaptado às condições locais de operação e à legislação nacional.
A fábrica de São Bernardo do Campo, que recentemente entregou o primeiro par de freios aerodinâmicos para o Gripen E/F, recebe da matriz um pacote de informações que inclui a lista de peças, o planejamento e requisitos a serem atendidos dentro do processo de montagem no País, a partir da sede da Saab na Suécia.
“Com esses dados em mãos, a nossa função na engenharia de manufatura é reconhecer os requisitos do produto, analisar e mitigar os possíveis riscos de processo e, assim, gerar as instruções de trabalho 3D para que os montadores iniciem os trabalhos na Produção. As instruções de trabalho geradas através da metodologia MBD permite a visualização da sequência de montagem do produto, antes mesmo que a manufatura seja iniciada. Com isso, conseguimos simular o produto e a montagem, além de detectarmos e corrigirmos falhas em um estágio inicial”, explica Saulo da Mata, engenheiro de montagem da Saab.
O primeiro contato dos colaboradores com o MBD foi ainda na Suécia, enquanto passavam pelo treinamento teórico e prático, chamado de on the job. Para cada área há um programa específico de formação e transferência de tecnologia, por períodos que variam de 12 a 24 meses, que reflete no aumento de novas capacidades da indústria nacional de defesa, algumas inclusive inéditas na América Latina.
Já no Brasil, a equipe possui um canal de comunicação direto com a matriz para que se façam ajustes no projeto, quando necessário. As informações validadas podem ser acessadas por meio de um banco de dados compartilhado, o que facilita a “engenharia simultânea” e reduz o tempo de execução dos projetos. Outro ganho com a implementação do método MBD é que todo o processo é digital e elimina qualquer tipo de documentação em papel na área de produção, gerando impacto ambiental menor e assegurando que a informação seja acessada apenas por pessoas autorizadas, garantindo o sigilo da operação.
Assista a segunda temporada da websérie Colaboração Real e saiba mais sobre o processo de transferência de tecnologia.
DIVULGAÇÃO: Saab / Publicis Consultants